FIESP e representantes da Argentina, Uruguai e Paraguai preparam documento conjunto sobre oferta de alimentos até 2050
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- 19/07/13
Líderes de organizações de agronegócio se reuniram na manhã desta sexta-feira (19/07) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para validar um documento que reúne informações sobre a produção de alimentos no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O estudo aponta desafios para garantir a segurança alimentar no mundo em 2050 e destaca o papel da região como principal fornecedor.
O documento consolida dados e perspectivas para alimentos do Departamento de Agronegócio da Fiesp (Deagro), da Associação Brasileiro do Agronegócio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da instituição Desenvolvimento e Democracia do Paraguai, da União de Grêmios da Produção (UGP) do Paraguai, do Conselho Uruguaio para as Relações Internacionais (CURI) e do Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI). Representantes dessas organizações devem discutir na tarde desta sexta-feira (19/07) os quatro capítulos do documento, que integra os quatro participantes do Mercosul (fora a Venezuela, a última nação a fazer parte do bloco).
Entre os representantes está Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do FGV Agro. Para ele, o preparo desse documento sinaliza uma integração entre os quatro países. "Eu sou um crítico da maneira como as coisas acontecem no Mercosul. Temos um discurso de solidariedade, mas uma prática solitária. Avançamos pouco em integração regional", afirmou Rodrigues. "Por isso, quando me procuraram para falar sobre esse estudo, eu me encantei com a ideia e procurei o apoio da Fiesp", completou.
Segundo o coordenador do projeto "Segurança Alimentar Global e Recursos Naturais Agrícolas", Horacio Sánchez Caballero, o documento "não somente fornece informações, mas também ambições". Caballero criticou a maneira isolada como os países da região lidam com as relações internacionais e afirmou que é fundamental uma integração entre os produtores agropecuários das quatro nações.
"O que me chama atenção é que internacionalmente essa região não aparece como região, mas como países ilhados", afirmou. "Que possamos discutir a fundo este documento, temos que estar de acordo com o seu conteúdo", concluiu.
Segurança alimentar global
Segundo o professor Marcelo Regúnaga, da Universidad San Andrés, da Argentina, o documento vem num momento de discussão sobre a segurança alimentar global. "Acreditamos que nosso documento pode ser um diagnóstico a respeito disso. A primeira parte do documento busca entender os desafios, explicá-los como ponto de partida", explicou Regúnaga.
O professor afirmou ainda que o objetivo com esse levantamento é compartilhar a perspectiva do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, já que esses países exercem papel decisivo no fornecimento de alimentos.
"Na realidade, nas últimas duas décadas a região teve um desempenho muito melhor e maior em termos contribuição para a produção mundial", disse. "Contamos com recursos naturais e potencialidades para seguir liderando o crescimento de oferta mundial de uma maneira sustentável", afirmou.
Apesar de mostrar a região como promissora produtora de grãos para o mundo, o estudo aponta, no entanto, problemas que inibem o potencial desses países, como barreiras protecionistas à importação e à exportação. "As barreiras ao comércio são más notícias para esse grande desafio de garantir segurança alimentar até 2050", explicou.
Fonte: Aduaneiras