Eike Batista busca sócio para reestruturar dívida da petroleira OGX

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O empresário Eike Batista está em busca de sócios que ajudem a reestruturar a dívida da OGX. A Petronas e o Mubadala são os parceiros mais prováveis, mas outras empresas estão sendo sondadas.

O plano inicial é que os parceiros comprem os títulos da dívida da OGX no exterior, com descontos entre 70% e 80%, e transformem esses bônus em ações, podendo assumir o controle da empresa.

A OGX deve US$ 3,6 bilhões em bônus, vencendo entre 2018 e 2022. Os papéis estão sendo negociados a 15% do valor de face, nível de companhias à beira do calote. Para especialistas, um forte desconto é inevitável para reestruturar a dívida. A proposta, no entanto, ainda não está madura e não foi comunicada aos credores. Fundos especializados em risco estão comprando os bônus da OGX, mas ainda há investidores que apostaram na empresa desde o início.

Para esses investidores, é preferível manter o papel, aceitando um deságio, desde que atrelado a compensações futuras, se a situação da empresa melhorar sob o comando do novo sócio.

A dívida da OGX se tornou impagável depois que a produção de petróleo decepcionou e a companhia desistiu de explorar vários blocos.

Mas, para executivos do grupo EBX, a OGX tem atrativos para um sócio estrangeiro: os novos blocos arrematados no último leilão da ANP e o bom relacionamento com a Petrobras, operadora do pré-sal. Boa parte da equipe da OGX veio da estatal.

PETRONAS

A Petronas é hoje a principal interessada. A empresa se comprometeu a adquirir 40% do bloco Tubarão Martelo por US$ 850 milhões. A equipe da Petronas já conhece a OGX e circula na sede da EBX no Rio.

A estatal malasiana hoje atua no Brasil no mercado de lubrificantes, mas planeja intensificar a sua presença. Nas últimas semanas, começou uma campanha institucional na TV e no rádio com o mote "nós somos a Petronas".

Com a Malásia elevando as importações de petróleo, a Petronas vem adquirindo ativos no exterior e tem uma parceria estratégica com o fundo Mubadala.

O Mubadala, fundo de desenvolvimento de Abu Dhabi, é um dos principais credores da holding de Eike Batista. Recentemente o empresário pagou US$ 500 milhões ao Mubadala e renegociou outros US$ 1,5 bilhão.

A expectativa é que reestruturação da dívida da OGX só avance depois que a empresa feche as parceiras para os blocos que arrematou no leilão da ANP, o que deve ocorrer nos próximos meses.

Executivos da EBX admitem que a negociação para atrair um sócio é complicada e pode não vingar. Procurada, a OGX disse que as informações "não procedem". A Petronas não localizou um porta-voz. O Mubadala e o BTG Pactual, que coordena a reestruturação do grupo de Eike, não se pronunciaram.

Fonte: Folha de São Paulo

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