São Paulo é cidade mais cara da América do Sul para estrangeiros

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São Paulo é a cidade mais cara das Américas para estrangeiros, apesar de ter caído no ranking elaborado pela empresa de consultoria econômica Mercer.

A lista foi feita compara preços de mais de 200 produtos e serviços, incluindo alimentação, transporte, moradia, entretenimento, roupas e itens de necessidade doméstica em 214 cidades em cinco continentes.

São Paulo ocupa o 19º lugar no ranking da Mercer, uma queda em relação à lista compilada em 2012, na qual ocupava o 12º lugar.

A cidade chegou ao 10º posto na lista em 2011. Em 2010, ocupava o 21º lugar.

Segundo a consultoria, a queda registrada em 2013 se deve ao enfraquecimento do real em relação ao dólar.

 

Mesmo com esta queda, São Paulo ainda está à frente de cidades como Vancouver, no Canadá (64º lugar) e Nova York, a cidade-base do ranking e a mais cara dos Estados Unidos.

A pesquisa, de acordo com a Mercer, é feita considerando os gastos potenciais de executivos que estão trocando de país. Os valores considerados, incluindo as taxas de câmbio, são do mês de março de 2013.

Segundo Fabiano Cardoso, consultor sênior de Capital Humano da Mercer, a oscilação de São Paulo nos últimos anos, entre a 10ª e a 21ª posição no ranking, se devem principalmente às flutuações do câmbio.

Em 2011, com o real mais valorizado em relação ao dólar, a cidade se tornou mais cara. Em 2013, com o dólar cerca de 15% mais valorizado, os preços na cidades se tornaram um pouco mais suaves para os estrangeiros.

"A queda não foi porque o custo de vida de São Paulo caiu", disse Cardoso.

"Ela com certeza está entre as 20 cidades mais caras do mundo por mérito próprio, sem considerar o câmbio. Apesar da variação cambial, ela tende a estar sempre nesse lugar".

O consultor diz que em quase todos os itens analisados no levantamento a queda foi de 15% em média ─ o correspondente à desvalorização da moeda brasileira perante o dólar.

No quesito transporte, no entanto, a queda foi mais acentuada, de 20%.

As 10 cidades mais caras para estrangeiros:

1º - Luanda, Angola

2º - Moscou, Rússia

3º - Tóquio, Japão

4º - N'Djamena, Chade

5º - Cingapura, Cingapura

6º - Hong Kong, China

7º - Genebra, Suíça

8º - Zurique, Suíça

9º - Berna, Suíça

10º - Sydney, Austrália

 

"Os preços de carros em dólares se mantiveram estáveis e, em poucos casos, até caíram. E isso fez com que preços associados, como impostos, também tenham caído", explica Cardoso.

O item engloba preços de veículos, valor médio do seguro, preço da gasolina, impostos sobre veículos, preços de pneus, do motor de carros, pedágios e outros.

Segundo a consultoria, as tarifas de transporte público também são contabilizadas, mas tem um peso menor no valor final.

O item utilidades, que inclui preços de telefonia ─ móvel e fixa ─ e de energia elétrica, manteve praticamente os mesmos valores do ano anterior, apesar da desvalorização do real ─ o que leva a crer que os preços tenham subido no país, de acordo com Cardoso.

Na lista de 2013, Luanda, a capital de Angola, subiu uma posição e agora é a cidade mais cara do mundo para estrangeiros. No ano passado, esta posição era ocupada por Tóquio, que em 2013 caiu para o terceiro lugar.

"Apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo da África, Angola é um país relativamente pobre, embora caro para expatriados, uma vez que produtos importados podem ser bem custosos. Além disso, encontrar acomodações seguras que atendam aos padrões de estrangeiros por ser difícil e muito caro", afirmou Barb Marder, parceira sênior e líder da área de mobilidade global da Mercer.

No segundo posto está Moscou, na Rússia e no quarto, outra cidade africana, N'Djamena, no Chade.

Moscou ocupa o segundo lugar devido aos altos custos do aluguel residencial e de produtos e serviços importados normalmente adquiridos pelos estrangeiros residentes na cidade. O aluguel de um apartamento de luxo de dois quartos na capital russa sem mobília, por exemplo, não sai por menos de US$ 4,6 mil mensais (quase R$ 10,3 mil).

"Acontecimentos mundiais recentes, incluindo crises econômicas e políticas, que resultaram em flutuações cambiais, inflação no preço de produtos e serviços e volatilidade nos preços de moradia, impactaram nessas cidades, tornando-as caras", acrescentou Marder.

Fonte: BBC Brasil

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