Superávit primário do governo no primeiro semestre é o pior desde 2001
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- 31/07/13
O superávit primário, esforço dos governos federal, estaduais e municipais para o pagamento de juros da dívida, caiu 20% no primeiro semestre e ficou em 2,25% do Produto Interno Bruto (PIB). É o pior desempenho para o período dentro da série histórica do Banco Central, iniciada em 2001.
No total, o superávit primário 110 semestre ficou em RS 52,2 bilhões que é o menor valor absoluto desde 2010, Nos 12 meses encerrados em junho, o resultado equivale a 2% do PIB, abaixo da meta de 2,3% fixada pela presidente Dilma Rousseff recentemente.
Segundo o Banco Central, Estados e municípios aumenta ram em quase 10% o valor economizado em relação ao mesmo período do ano passado. O governo federal, por outro lado, reduziu em 30% o esforço fiscal na mesma comparação. A diferença entre o comportamentos das diferentes unidades da Federação se acentuou em junho. Os governos estaduais tiveram o melhor resulta do fiscal da série histórica do BC para o mês, uma economia, de R$ 3,4 bilhões. Com isso, responderam pela maior parte do superávit de R$ 5,68 bilhões em junho - resultado acima das previsões mais otimistas, que não chegavam a R$ 5 bilhões.
O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, salientou que o superávit primário do mês passado é o melhor resultado para o mês desde 2011. "Isso possibilitou a elevação do resultado acumulado em 12 meses, que voltou a 2% do PIB."
Na semana passada, o governo anunciou um corte adicional no Orçamento de 2013 com objetivo de alcançar a nova meta de superávit, que foi reduzida de 3,1% para 2,3% do PIB. O novo porcentual já contempla o abatimento de 45 bilhões com investimentos.
Artifícios- Nos últimos anos, o governo lançou mão de receitas atípicas, como dividendos, e operações - contestadas pelo mercado financeiro para cumprir as metas fiscais. A avaliação é que esses artifícios são contábeis e não teriam impacto sobre a demanda. Tanto que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou de usar os uperavit primário nos seus modelos estatísticos na hora de definir a política monetária. A instituição vem utilizando agora o "superávit primário estrutural", que atenua os ciclos da economia em seus cálculos.
A redução na economia para pagar juros da dívida reflete a queda da arrecadação e o aumento dos gastos, sobretudo de custeio. Na semana passada, ao divulgar o resultado do governo federal, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que será possível cumprir a meta. Disse ainda que a recuperação da economia e, consequentemente, da arrecadação na segunda metade do ano, devem contribuir para isso. O secretário disse que é preciso esperar que as medidas adotadas pelo governo causem impacto na atividade econômica.
0 BC informou ainda que o gasto com juros da dívida foi de R$ 118 bilhões no semestre, o equivalente a 5,1% do PIB, menor porcentual da série histórica. Nos 12 meses encerrados em junho, a despesa chega a 4,82% do PIB, também a melhor desde 2001. O déficit nominal, diferença entre o superávit e os juros, ficou em R$ 65,9 bilhões (2,85% do PIB) no semestre.
Fonte: O Estado de São Paulo