Vale, CSN, Gerdau e Usiminas entram na briga por porto de Eike

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Um grupo de empresas brasileiras quer evitar que o porto do Sudeste, colocado à venda por Eike Batista, passe para as mãos de uma trading internacional. O porto é estratégico para o escoamento do minério de ferro de Minas Gerais.

Segundo apurado, as siderúrgicas CSN, Gerdau, Usiminas e a mineradora Vale estudam fazer uma oferta em conjunto pelo porto da MMX, localizado em Itaguaí (RJ), e já estiveram na empresa para conversas iniciais.

A intenção é brecar a entrada da suíça Glencore ou da holandesa Trafigura, cujo interesse pelo ativo já foi confirmado pela MMX. O fundo árabe Mubadala também avalia o empreendimento. O plano do grupo de brasileiros não é colocar dinheiro novo no negócio, mas assumir as dívidas da MMX, que seriam transferidas para o porto e renegociadas com os bancos credores.

A mineradora deve R$ 3,1 bilhões no mercado, sendo R$ 1,2 bilhão no curto prazo. Para pessoa próxima às empresas interessadas, o porto do Sudeste vale cerca de R$ 3 bilhões. O investimento previsto pela MMX no empreendimento é de R$ 2,4 bilhões.

Os negociadores de Eike resistem a trocar o ativo por dívida e já recusaram proposta semelhante. O empresário necessita levantar um bom dinheiro com a venda do porto, para pagar dívidas na holding e tentar salvar outras empresas do império X.

Além disso, Eike tem interesse em vender também sua participação nas minas da MMX, que não atraem compradores por causa da alta necessidade de investimentos.

Vale e CSN não comentaram o assunto. A Usiminas admitiu que acompanha o processo de venda, mas negou que exista negociação. A Gerdau também negou a negociação.

A MMX informou que "é com grande satisfação que tem percebido interesse por parte de diversas empresas" e que "informará o mercado no momento oportuno".

ESTRATÉGICO

Pela localização estratégica, o porto do Sudeste é um dos ativos mais valiosos de Eike e um dos poucos que estão quase prontos. A expectativa é que exporte 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano até 2016.

Apesar de ter na siderurgia sua principal atividade, CSN, Usiminas e Gerdau também possuem minas na região do Quadrilátero Ferrífero (MG) e exportam o produto.

As três siderúrgicas e a Vale são sócias na MRS, que administra a concessão das ferrovias que ligam a região ao porto de Santos e aos portos do Rio de Janeiro. CSN e Vale já têm porto próprio em Itaguaí (RJ), mas Usiminas e Gerdau ainda não.

Se for concretizada, a compra não seria feita por meio da MRS, mas por uma terceira empresa a ser criada pelos mesmos sócios.

Fonte: Folha de São Paulo

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