Gestão agrícola gera interesse no Marrocos e Egito
- Detalhes
- 06/08/13
Um programa de gestão de propriedades rurais, levado adiante pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), está chamando a atenção de outros países, inclusive do Marrocos e do Egito, nações árabes que ficam na África.
A iniciativa foi apresentada em maio deste ano em um encontro mundial da Danone, em Casablanca, no Marrocos, onde despertou interesse de vários países em desenvolvimento, segundo a gerente de Agronegócio do Sebrae-MG, Priscilla Lins, que participou da reunião e acompanha o projeto desde o seu início.
O programa é chamado de Educampo e foi implementado há 17 anos, primeiramente com a cadeia do leite. De acordo com Lins, ele foi criado depois que o Sebrae-MG percebeu que não bastava apenas um treinamento em gestão aos proprietários rurais. "Era preciso viver a gestão na prática, levar a gestão para dentro da propriedade", afirma a gerente. Até então eram oferecidos apenas treinamentos temporários. Foi então que o Sebrae desenvolveu a sua metodologia na área, com acompanhamento da gestão. Primeiramente são criados grupos de produtores na área vinculados a alguma agroindústria, tipo laticínio ou cooperativa. Cada grupo é atendido por um técnico da área de Agronomia, Veterinária ou Zootecnia, com larga capacitação em gestão pelo Sebrae.
Esse profissional faz um resgate histórico da vida econômica da propriedade e depois um diagnóstico. A partir dele é feito um planejamento, que é acompanhado pelo técnico, com visitas mensais. Para fazer o planejamento é usado um software próprio com 55 indicadores técnicos e econômicos.
De acordo com Lins, não há prazo para terminar o programa. Há produtores que estão no projeto desde o início. Os participantes pagam pelo Educampo. Dependendo da agroindústria a qual estão vinculados, ela paga uma parte. Mas pelo menos 50% do valor, afirma a gerente, cabe ao produtor.
As agroindústrias que participam do programa com os seus produtores, segundo Lins, são empresas como Danone, Vigor, Itambé, entre outros. O projeto já atingiu dois mil produtores rurais das áreas de café e leite.
A Danone foi quem convidou o Sebrae de Minas Gerais a participar do seu encontro mundial no Marrocos. De acordo com Lins, os países em desenvolvimento nos quais a Danone atua já desenvolvem iniciativas parecidas, mas as nações em desenvolvimento ficaram muito interessadas em implementar a ideia.
A gerente afirma que está aguardando retorno destes países, para que venham ao Brasil conhecer o projeto e possam desenvolvê-lo depois segundo a realidade dos seus países. Eles ficaram de buscar parceiros adequados para implementar o programa, alguma instituição ou agência independente de atuação similiar ao Sebrae.
Fonte: Aduaneiras
