Além da soja: China quer miúdos, frutas, ovos, arroz, peixes e lácteos do Brasil
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- 18/05/18
Destino de 30% das exportações do agronegócio brasileiro, a China deverá aumentar ainda mais suas compras no País, avançando sobre miúdos de suínos e bovinos, frutas, arroz, lácteos, ração animal, ovos férteis e pescado. A expectativa de ampliação do portfólio dos produtos importados se acentuou nesta semana, após reunião de autoridades brasileiras com o ministro do Comércio da China, Zhong Shan, em Xangai.
O primeiro passo para acelerar os negócios será a retomada das reuniões da subcomissão de inspeção e quarentena agropecuária dos dois países, o que não ocorre há mais dois anos. Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a decisão foi tomada em encontro na Administração Geral de Aduana da China, órgão que aprova as condições sanitárias e fitossanitárias para o comércio de produtos agropecuários.
"Esse é o começo de um novo tempo para nossas relações comerciais", afirmou o ministro.
Os pontos a serem discutidos na primeira reunião entre autoridades sanitárias dos dois países envolvem as exportações de miúdos de suínos e bovinos, de carnes com osso, e de carnes termicamente processadas. "Isso só está sendo possível porque estamos recebendo o certificado de país livre de febre aftosa (com vacinação) pela OIE (Organização Internacional de Saúde Animal)", informou o ministro, que receberá o certificado este mês, em Paris.
Na agenda de negociações sanitárias com a China também estão exportações de frutas, arroz, lácteos, ração animal, ovos férteis e pescados.
Vistoria de frigoríficos
Até o final deste mês chegará ao Brasil uma missão técnica com veterinários chineses para vistoriar frigoríficos. O Ministério da Agricultura brasileiro apresentou uma lista de 84 novos estabelecimentos a serem credenciados.
Nem mesmo os 102 processos que o Brasil mantém contra a China na Organização Mundial do Comércio são vistos como fatores impeditivos para o incremento das transações. O Ministério da Agricultura e o Itamaraty acreditam que muitas dessas questões poderão ser resolvidas com uma boa conversa, nas reuniões.
Fonte: Gazeta do Povo