Espumantes gaúchos puxam alta e exportações de vinhos crescem 44% no primeiro trimestre
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- 22/05/18
As exportações brasileiras de vinhos e espumantes fecharam o primeiro trimestre de 2018 com um aumento de 44,29% em valor, com relação ao ano passado. Foram vendidos mais de US$ 1 milhão em produtos, o que totaliza 553.210 litros de rótulos nacionais enviados ao exterior. Os dados são do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasi).
Os vinhos produzidos no Rio Grande do Sul correspondem a 90% das exportações. E 85% dos rótulos são elaborados na região da Serra, considerada propícia para o cultivo de uvas, além de concentrar importantes vinícolas do mercado. A cidade de Farroupilha, por exemplo, detém a Indicação de Procedência (IP) para a produção da uva do tipo moscato, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Nacional (Inpi) para atestar a qualidade da uva cultivada na região.
"A exportação representa pouco da nossa comercialização, cerca de 2%, mas o ponto positivo é que a gente vem crescendo não só em volume, mas também em valor agregado. Os espumantes se enquadram nesse exemplo", diz o gerente.
O espumante é o carro-chefe de muitas vinícolas gaúchas, e teve crescimento em seu valor por litro. Foi um aumento de 64% em relação ao ano passado, chegando a um preço médio de US$ 4,88. "Para se ter ideia, o valor médio de importação, ou seja, do que pagamos no Brasil por vinhos do exterior, é de menos de US$ 2 por litro", explica o gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini.
No ano passado, o moscatel da Casa Perini foi considerado o quinto melhor vinho do mundo por um ranking internacional, e o primeiro lugar na categoria espumantes. "Hoje, a crítica internacional aponta o Brasil como o principal espumante", diz o gerente.
O sucesso se reflete nos números. "No ano passado, a participação dos espumantes no mercado foi de 8%. Já neste ano, temos 30% até o momento", ressalta Diego. Já os vinhos tranquilos - ou seja, os que não são espumantes ou frisantes - por sua vez, registraram aumento de 37% e valor médio por litro de US$ 2,25.
Exportações de vinhos no Brasil
2017 (em US$) | 2018 (US$) | Total (porcentagem) | |
Vinhos | 297.955,00 | 458.908,00 | 63,92 |
Espumantes | 755.579,00 | 1.035.308,00 | 37,02 |
Total | 1.035.534,00 | 1.494.216,00 | 44,29 |
Entre os principais mercados dos vinhos brasileiro estão Estados Unidos, Cingapura e China. Mas é na América Latina que as vinícolas vêm encontrando maior aceitação. O Paraguai foi o maior importador do trimestre, e no que diz respeito a espumantes, a maior parte dos rótulos foi para Chile, país de grande tradição vinicultora.
Tal fato é resultado de uma estratégia, diz Diego Bertolini, de focar nos mercados nos países de cultura latina, que apreciam o vinho tradicionalmente. "Além da proximidade cultural e logística", completa o gerente.
Principais importadores de rótulos brasileiros
- Paraguai
- Chile
- Estados Unidos
- Cingapura
- Reino Unido
Principais mercados para espumante
- Chile
- Cingapura
- Estados Unidos
- Reino Unido
- China
Principais mercados para vinho
- Paraguai
- Estados Unidos
- Reino Unido
- Bolívia
- Japão
Fonte: G1