Normalização do abastecimento de combustíveis deve demorar 'alguns dias', diz secretário

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O Ministério de Minas e Energia (MME) tem expectativa de que os caminhoneiros comecem a desmobilizar a greve ao longo desta segunda-feira (28) diante das medidas anunciadas na noite de domingo pelo governo federal. Todavia, avalia que a normalização do abastecimento dos postos de combustíveis pode levar dias. Foi o que disse o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis João Vicente de Carvalho Vieira após evento no Rio.

"A bola agora está com os caminhoneiros. A expectativa é que eles desmobilizem esse movimento ao longo do dia. Acho que para normalizar [o abastecimento] a gente está falando em alguns dias por conta de logística", disse Vieira.

Segundo o secretário, por determinação do governo, "o que a Polícia Rodoviária Federal junto com o Ministério da Defesa tem priorizado são os abastecimentos emergenciais" dos serviços essenciais, como as forças de segurança, hospitais e transporte público.

"As escoltas estão funcionando, mas a normalização ainda não está acontecendo", disse o secretário.

O diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) Dirceu Amorelli disse que a agência mantém as medidas adotadas desde a quinta-feira (24) para garantir o abastecimento. Dentre estas medidas estão a flexibilização da obrigatoriedade de mistura de biodiesel no diesel A e de etanol anidro da mistura na gasolina A.

"Estamos intensificando a fiscalização de forma a garantir a recuperação mais rápida possível do abastecimento", disse Amorelli. Ele e o secretário do MME participaram de um seminário sobre royalties em campos maduros promovido pela Fundação Getúlio Vargas.

Subsídio ao diesel

O secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis João Vicente de Carvalho Vieira avaliou que a decisão do governo em aplicar reajuste nos preços do diesel mensalmente era necessária para dar fim à greve dos caminhoneiros, mas que pode afastar investimento estrangeiros no setor petroleiro do país.

Na véspera, o presidente Michel Temer anunciou uma redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias, mediante redução da carga tributária e da subvenção a ser paga pela União.

"O fato de ter a Petrobras fazendo sua política dia a dia de preços era uma sinalização para o mercado de uma forma em geral da liberdade de mercado aqui. Essa mudança para que ela faça de mês em mês é um ajuste que é necessário dada a situação, acho que não tem como fugir disso, mas que obviamente não é o ideal", disse Vieira.

Questionado se o movimento grevista pode prejudicar o próximo leilão da ANP de áreas do pré-sal, marcado para o próximo dia 7 de junho, Vieira disse que "se fosse um leilão de concessão, talvez impactasse os valores de bônus".

Neste leilão, a 4ª Rodada de Partilha, serão ofertadas as áreas de Itaimbezinho e Dois Irmãos, na Bacia de Campos, e Uirapuru e Três Marias, na Bacia de Santos. Nas licitações sob o regime de partilha da produção, as empresas vencedoras são as que oferecem ao governo, a partir de um percentual mínimo fixado no edital, a maior parcela de petróleo e gás natural produzido.

"As empresas interessadas no leilão estão com visão de longo prazo", destacou o secretário ao avaliar que o cenário do setor desde o início da greve dos caminhoneiros não deve impactar negativamente no certamente. "As empresas que já estão no Brasil sabem e percebem que esse movimento é atípico", salientou.

 

Fonte: G1

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