Complexo soja respondeu por 45,1% das exportações totais do agronegócio no primeiro semestre

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Responsável por 45,1% do total exportado pelo agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2018, o complexo soja liderou a relação dos cinco principais setores da pauta exportadora do setor. A oleaginosa foi seguida pelos produtos florestais (14,3%), carnes (12,9%), complexo sucroalcooleiro (7,2%) e café (4,5%). Juntos, eles responderam por 83,9% das vendas entre janeiro e junho de 2018. No ano anterior, no mesmo intervalo, essa participação atingiu 85,6%, o que revela, portanto, uma redução no grau de concentração da pauta, a qual foi motivada, sobretudo, pelas drásticas quedas nas exportações dos setores sucroalcooleiro (queda de 5,0 pontos percentuais) e carnes (-2,3 pontos percentuais). Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O complexo soja mantém-se historicamente no topo da pauta exportadora do agronegócio, posição sustentada principalmente pelos embarques de soja em grão. No primeiro semestre de 2018, foram embarcadas 46,27 milhões de toneladas, gerando receita de US$ 18,43 bilhões. Os aumentos frente ao mesmo período de 2017 foram de 5,2% em quantidade e de 10,6% no valor exportado, resultado da elevação do preço médio em 5,1%, o que proporcionou registros de novos recordes de valor e quantidade.

Além da previsão de aumento da produção de soja na safra 2017/2018, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), na edição do seu 10º levantamento sobre a safra brasileira de grãos, o cenário favorável ao Brasil para a comercialização do grão é complementado pelo conflito comercial vigente entre Estados Unidos (divide a liderança na produção com o Brasil e é o segundo exportador mundial) e China, que sinaliza a possibilidade deste país impor um adicional de 25% sobre as compras da soja norte americana.

A CONAB também estima que a exportação atinja 72 milhões de toneladas, o que superaria em 5,6% o volume do período anterior. As exportações de farelo de soja registraram expansão maior que a do grão no valor exportado (+22,7%), passando de US$ 2,72 bilhões para US$ 3,34 bilhões, estabelecendo recorde na quantidade exportada (8,57 milhões de toneladas). O aumento do esmagamento do grão, impulsionado pelo crescente uso da soja na produção de biodiesel, explica em parte o avanço do farelo. Já as exportações de óleo de soja caíram 4,3%, de US$ 570,80 milhões para US$ 546,42 milhões.

Na segunda posição da pauta, os produtos florestais registraram exportações de US$ 7,08 bilhões, superando os setores de carnes e sucroalcooleiro, que no primeiro semestre de 2017 assumiam a segunda e terceira colocações na pauta. Desde 2007, o setor de carnes mantinha-se à frente dos produtos florestais na pauta exportadora, comparando intervalos de janeiro-junho. No entanto, a ascensão da celulose promoveu a troca de posições entre esses setores, a qual foi efetivada no primeiro semestre de 2018. As exportações de celulose atingiram US$ 4,34 bilhões, equivalendo ao embarque de 7,96 milhões de toneladas, o que garantiu novo recorde na comercialização do produto, tanto em valor como em quantidade. As vendas de madeiras também contribuíram para o desempenho do setor, com crescimento de 17,7% no valor exportado, passando de US$ 1,49 bilhão para US$ 1,76 bilhão. Na sequência, citam-se as exportações de papel, que atingiram US$ 981,54 milhões no primeiro semestre de 2018, mostrando acréscimo de 5,6%.

Com queda de 12,7% nas exportações ao longo do primeiro semestre de 2018, totalizando US$ 6,38 bilhões, o setor de carnes situou-se na terceira posição da pauta. O maior impacto adveio do recuo nas vendas de carne de frango (-US$ 675,83 milhões), seguido de carne suína (-US$ 252,64 milhões) e de peru (-US$ 84,60 milhões). Por outro lado, as exportações de carne bovina ampliaram-se em 3,6%, subindo de US$ 2,63 bilhões para US$ 2,72 bilhões no primeiro semestre de 2018. Embargos impostos à carne brasileira têm prejudicado o desempenho das exportações, como exemplos da União Europeia, da Rússia e da Arábia Saudita, cujos mercados significaram redução US$ 1,02 bilhão no primeiro semestre de 2018 ante idêntico intervalo de 2017.

O quarto setor da pauta foi o sucroalcooleiro, cujas exportações somaram US$ 3,55 bilhões no primeiro semestre de 2018, implicando decréscimo de 39,6% sobre o mesmo período de 2017. As vendas de açúcar recuaram de US$ 5,52 bilhões para US$ 3,21 bilhões, por conta de queda na quantidade exportada (-23,2%) e no preço médio (-24,2%). Os oito principais mercados do açúcar brasileiro (Argélia, Bangladesh, Arábia Saudita, Índia, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Marrocos e Malásia) tiveram queda no período, significando redução de US$ 1,34 bilhão.

A expectativa de aumento da produção mundial na safra 2017/2018 (+10,3%, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA) deve comprimir os preços, comprometendo ainda mais a rentabilidade do exportador. As exportações de álcool também tiveram redução (-7,9%), caindo para US$ 329,77 milhões.

O setor de café foi o quinto da pauta nos seis primeiros meses de 2018, com exportações de US$ 2,24 bilhões, cifra 14,8% abaixo da registrada em igual intervalo de 2017. As vendas de café verde recuaram 15,0%, chegando a US$ 1,95 bilhão. Os principais mercados das exportações brasileiras de café verde foram União Europeia (adquiriu 53,8% da venda total) e Estados Unidos (17,5%), sendo que para ambos houve redução das exportações, com queda conjunta de US$ 266,39 milhões. As exportações de café solúvel tiveram retração de 15,3%, passando para US$ 244,65 milhões.

Entre os demais setores, destacam-se crescimentos expressivos ocorridos nas vendas de: animais vivos (+141,1%), cereais farinhas e preparações (+41,6%), fibras e produtos têxteis (+32,5%), sucos (+30,3%), fumo e seus produtos (+29,5%). Esses aumentos significaram adicional de US$ 1,25 bilhão no período. Convém citar ainda alguns recordes registrados na exportação, tomando como referência períodos de janeiro-junho: suco de laranja (em quantidade), arroz (quantidade), painéis de fibras de madeira (valor e quantidade), óleo essencial de laranja (valor), pimenta em pó (quantidade) e amendoins (valor e quantidade). No grupo de frutas e castanhas, apontaram-se recordes para: limões e limas (valor e quantidade), mangas (quantidade), melões (valor), castanha do pará (valor), mamões (valor) e abacates (valor).

Fonte: Comex/Mapa

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