Indústria vê perda de “oportunidade estratégica” com a não assinatura do acordo Mercosul-UE
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- 20/07/18
A indústria brasileira, assim como seus parceiros do Mercosul, esteve muito engajada e flexível nas negociações em torno de um entendimento entre Mercosul e a União Europeia e considera que o fechamento de um acordo de livre-comércio entre os dois blocos é fundamental para garantir uma maior integração no comércio internacional. O acordo também é importante para recuperar a competitividade industrial e promover o mercado tanto para o Mercosul quanto para o empresariado europeu.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entende que os dois blocos perderam uma oportunidade estratégica ao não celebrarem um acordo político na reunião entre ministros que terminou ontem (19), em Bruxelas, sobretudo pela pouca flexibilidade do bloco europeu.
Investimentos no Mercosul
Além de permitir a abertura do mercado brasileiro, um acordo entre o Mercosul e a União Europeia estimulará investimentos europeus no Brasil e no Mercosul e contribuirá para a redução de custos. O acordo de livre-comércio entre os dois blocos permitirá, por exemplo, a eliminação gradual de tarifas de importação hoje aplicadas pela União Europeia a produtos brasileiros.
"A União Europeia não demonstrou a flexibilidade necessária e apenas apresentou propostas e demandas antigas. Na visão da indústria, os europeus estão perdendo uma oportunidade estratégica em um momento em que o populismo e o protecionismo estão crescendo no mundo", afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
A CNI defende que os ministros dos dois blocos estabeleçam diretrizes claras e definam um cronograma para a conclusão de um acordo político ainda em 2018. O acordo político é um passo definitivo em direção ao fechamento do acordo final de livre-comércio, que passaria a depender de ajustes técnicos.
A indústria brasileira se mantém comprometida com a abertura econômica por meio de acordos comerciais e seguirá a agenda de negociações com mercados como Canadá, EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), Japão e México. Além disso, trabalhará para o aprofundamento dos acordos com países da América do Sul.
Fonte: CNI