Embratel vai construir seu maior satélite

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Com o aumento da demanda por telecomunicações no Brasil, a Embratel vai investir US$ 400 milhões (quase R$ 1 bilhão) na construção de um novo satélite, o maior já realizado pela companhia. O projeto será gerenciado pelo Centro de Operações de Satélites de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, o maior da América Latina.

Chamado de D1, o equipamento vai permitir acesso à banda larga pelos usuários finais em áreas remotas e aumentar a capilaridade da telefonia móvel no país, permitindo maior acesso às redes 3G e 4G. Essa capacidade poderá ser contratada por diferentes companhias, como bancos, empresas de varejo, instituições de ensino e até outras companhias de telefonia.

Gustavo Silbert, presidente da Star One e diretor executivo da Embratel, disse ao GLOBO que o lançamento do satélite está previsto para ocorrer no primeiro trimestre de 2016 na Guiana Francesa. A construção, a cargo da canadense-americana Space Systems Loral, começou há um mês em Palo Alto, na Califórnia. O satélite, que será geoestacionário, vai pesar 6,4 toneladas, contra as 4 toneladas da última linha de satélites em órbita. Do investimento previsto para o D1, cerca de US$ 100 milhões serão destinados apenas para arcar com os custos de lançamento e seguro. Quase toda a capacidade do satélite, de 25 gigabites por segundo, será destinada para atender à demanda brasileira. Mas o satélite terá uma cobertura para toda a América do Sul e México, podendo, assim, oferecer serviços caso haja capacidade ociosa no Brasil.

O D1 é o primeiro a ser equipado com três bandas: além da banda Ka, que permite maior capilaridade de cobertura em telefonia móvel, traz as bandas C (usada por emissoras de televisão) e Ku (destinada a clientes corporativos e serviços de TV por assinatura).

- Esse satélite é o maior investimento da Embratel. Será o primeiro da companhia a operar na Banda Ka. Assim, será possível levar as redes 3G e 4G a lugares onde a infraestrutura fixa não chega. Cada satélite é planejado para atender a um mercado e demanda itens específicos, pois pode levar entre dois e três anos para ficar pronto e tem uma vida média de 15 anos - adiantou Silbert.

O D1 - que vai substituir o satélite B4, mais antigo, assumindo, assim, a posição orbital de 84º W - já tem alguns memorandos assinados com empresas para o uso de sua capacidade.

- Não posso adiantar quais são esses contratos, mas não se faz um investimentos de US$ 400 milhões sem ter uma demanda garantida - disse Silbert.

Além do D1, a Embratel, comandada pela América Móvil, do bilionário Carlos Slim, dono ainda da Claro e da Net, já anunciou a construção do satélite C4, que está consumindo investimentos de US$ 300 milhões. Com lançamento previsto para setembro do ano que vem, o C4 será voltado para dobrar a capacidade de canais ofertados pela Claro HDTV, serviço de TV por assinatura da operadora móvel. Este novo satélite terá capacidade para cobrir toda a América Latina e os Estados Unidos.

- Com esses dois satélites, a Embratel consolida seu papel na América Latina. Eles estão relacionados aos Jogos Olímpicos de 2016, pois vão aumentar a capacidade para as empresas trafegarem dados - afirmou Silbert, lembrando que, com o investimento, a companhia será a sexta maior empresa de satélites do mundo.

O C4 será o 10º satélite a ser lançado pela empresa, que será operadora por sua subsidiária Star One, que lançou seu primeiro satélite em 1985, quando ainda era uma empresa estatal.

Os dois novos equipamentos serão gerenciados pela Estação de Controle da Embratel, em Guaratiba. É lá, por exemplo, onde os satélites são controlados remotamente por parte dos 150 funcionários. Além disso, em um dos quatro centros da estação, é feito o monitoramento de toda a operação de TV por assinatura da Claro. O complexo conta com mais de 30 antenas que são "apontadas" para os satélites.

- Clientes como TVs, bancos, lojas de varejo, redes de ensino a distância, fábricas, entre outros, se interligam graças aos satélites e à Estação Terrena de Guaratiba - destacou Silbert.

A central se comunica ainda com a sede da Embratel, no Centro do Rio, através de cabos de fibra óptica. Além disso, a companhia ainda transformou seu centro de controle em Tanguá, que era usado para gerenciar o tráfego internacional - mas que perdeu sua finalidade após o avanço dos cabos submarinos, que são mais potentes -, em uma espécie de sistema de segurança para as atividades em Guaratiba.

Além da Embratel, outras empresas, como a Oi, vêm investindo no aumento de sua capacidade. Em junho deste ano, a Oi comprou a maior parte da capacidade de um satélite lançado pela europeia SES na banda Ku (com foco em TV por assinatura). Em fevereiro deste ano, a Hispamar - um consórcio entre a Oi e a Hispasat (que tem entre os acionistas a Telefônica) - lançou o satélite Amazonas 3, que também opera na banda Ka, o único hoje em operação na América Latina.

- A Oi tem hoje a maior capacidade de satélites do Brasil para atender à demanda de DTH (TV por assinatura via satélite - disse Zeinal ontem pela manhã, durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre.

Prova de que a disputa das teles começa, cada vez mais, no espaço.

Fonte: O Globo

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