Conselho Superior de comércio exterior da FIESP discute impacto de acordos comerciais sobre economia brasileira
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- 20/08/13
O impacto dos "mega-acordos" e dos acordos regionais sobre a economia e o comércio exterior brasileiros foi o tema de reunião do Conselho Superior de Comercio Exterior (Coscex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na manhã desta terça-feira (20/08), na sede da instituição. O evento foi coordenado pelo embaixador Rubens Barbosa, presidente do Coscex.
O encontro teve a presença de Vera Thorstensen, coordenadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e de Lucas Ferraz, professor da mesma instituição. "Identificar a situação do país nesse atual contexto é importante", disse Vera. "Acordos regionais e 'mega acordos' são assuntos de extrema relevância para o Brasil".
A coordenadora da FGV fez um alerta: "Os Estados Unidos atualmente pouco se preocupam com a OMC", disse ela. "E o mais preocupante é que o Brasil está se isolando". Segundo Vera, o custo do isolamento para a economia brasileira não é só perder mercado, mas ficar fora dos fóruns que criam as novas regras e dinâmicas do comércio externo global. "Podemos perder espaço inclusive no setor agrícola, no qual somos uma potência. O Brasil precisa participar desses acordos, já que a OMC não é mais o grande palco de decisão do mundo", disse.
Para ela, é preciso retomar o debate sobre as vendas externas. "A atual política internacional brasileira é acéfala, Ninguém mais discute comércio exterior", concluiu.
"As coisas avançam no mundo todo. Novas idéias surgem. Mas parece que nosso país está estagnado", concordou o embaixador Rubens Barbosa.
De acordo com ele, se as políticas governamentais atuais derem certo, as empresas produzirão apenas para o mercado interno, sem chance alguma de competição no exterior.
Dando prosseguimento ao debate, o acadêmico Lucas Ferraz abordou o tema. "Para a manutenção da competitividade das empresas brasileiras, precisamos nos integrar às cadeias de valor globais ou buscar integração com mercados regionais", disse.
"A perda de dinamismo do Mercosul representa um fator de risco para a economia do Brasil" afirmou.
Para Ferraz, embora a realização de acordos regionais implique riscos para a sobrevivência, em alguns setores da cadeia brasileira, o risco isolamento é muito mais grave. "Pode significar perdas ainda maiores para nossa economia", concluiu.
Fonte: Agência Indusnet Fiesp