Produção industrial cai 0,3% em agosto e tem 2 queda mensal seguida, aponta IBGE

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A produção industrial brasileira caiu 0,3% em agosto frente ao mês anterior, segundo divulgou nesta terça-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi puxada pelo setor de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Trata-se da segunda queda mensal seguida, o que não acontecia desde o final de 2015. O resultado de julho foi revisado para um recuo de 0,1% ante 0,2% divulgado na primeira leitura.

Produção industrial mensal
Comparação com o mês imediatamente anterior, em %
-0,1-0,10,30,3-0,1-0,10,90,92,92,9-2,1-2,10,10,1000,90,9-10,9-10,912,712,7-0,1-0,1-0,3-0,3agosetoutnovdezjan/18fev/18mar/18abr/18mai/18jun/18jul/18ago/18-15-10-5051015
mai/18
-10,9
Fonte: IBGE
 
Já na comparação com agosto do ano passado, a indústria cresceu 2%, terceiro resultado positivo consecutivo, mas o menos intenso dessa sequência, o que reforça a leitura de perda de ritmo, pressionada pela fraqueza dos investimentos e incertezas para o setor em meio à corrida eleitoral.

No acumulado no ano, a indústria tem alta de 2,5%. Em 12 meses, a indústria também perdeu ritmo, passando de um avanço de 3,3% até julho para 3,1% até agosto.

O resultado contrariou as previsões. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,2% na variação mensal e de 3,2% na base anual.

14 dos 26 segmentos recuaram

A queda de agosto foi puxada pelo recuo de 2,1% na produção de bens intermediários e pela queda de 0,6% de bens de consumo semi e não duráveis. Por outro lado, o segmento de bens de capital, avançou 5,3%, revertendo parte do recuo de 5,4% verificado no mês anterior. Já o setor produtor de bens de consumo duráveis cresceu 1,2%, eliminando a queda de 0,7% registrada em julho.

Dos 26 ramos de atividade, 14 recuaram em agosto. A principal influência negativa foi do setor de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que caiu 5,7%. O IBGE ressalvou, porém, que o resultado do setor foi impactado pela interrupção da produção em algumas unidades. Outros destaques de baixa foram os setores de bebidas (-10,8%), de produtos alimentícios (-1,3%) e de indústrias extrativas (-2,0%).

Na outra ponta, os destaques de alta na produção foram os produtos farmacêuticos (alta de 8,3%), equipamentos de informática (5,1%) e veículos (2,4%).

No acumulado no ano, 16 dos 26 ramos registram crescimento, com destaque para a indústria automotiva (alta de 18,4%), que exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e autopeças.

Já entre os 10 segmentos que acumulam queda no ano, a maior contribuição negativa para o índice foi a da produção de produtos alimentícios (-2,3%), pressionada pelos itens açúcar cristal, carnes, aves rações e sucos concentrados de frutas. Destaque também para a queda da produção de couro, artigos para viagem e calçados (-5,3%) e da confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3%).

Produção industrial em 12 meses
Variação acumulada em 1 ano, em %
-0,1-0,10,50,51,71,72,22,22,52,52,82,8332,92,944333,23,23,33,33,13,1agosetoutnovdezjanfevmarabr/18mai/18jun/18jul/18ago/18-1012345
fev
3
Fonte: IBGE
 
Recuperação lenta

Com o desemprego elevado e a confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, o Brasil vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento, com as empresas relutando em investir.

No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.

Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no 2º trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,35% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.

Em meios às incertezas eleitorais, a confiança da indústria fechou o 3º trimestre em queda, o primeiro recuou trimestral em quase 2 anos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Fonte: G1

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