Brasil exporta menos milho, mas recebe mais

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O Brasil está exportando menos milho neste ano, mas recebendo mais pelo cereal. As receitas estão próximas de US$ 2,2 bilhões para o período de janeiro a setembro. O Ministério do Desenvolvimento ainda está revisando os dados. Já o volume exportado foi de 12,6 milhões de toneladas. Na média, o valor da tonelada comercializada neste ano foi de US$ 170, com evolução de 8% em relação igual período de 2017.

Leonardo Sologuren, sócio diretor da Horizon Company, diz que esse cenário foi construído com base em uma série de fatores. Um deles foi a presença menor da Argentina no mercado externo e o custo maior do produto americano, devido ao aumento mundial do dólar.

O câmbio no Brasil também tornou o produto brasileiro menos competitivo, mas o prêmio pago pelo cereal ajudou as exportações.

O milho brasileiro, que já chegou a ser negociado a R$ 150 a mais por tonelada em meados deste ano, em relação aos valores de Chicago, está atualmente com alta de R$ 75.

O aumento nos preços do milho no Brasil ocorreu também devido à produção menor. Sobrou menos produto para a exportação, segundo Sologuren.

A queda na oferta do cereal foi maior do que a do consumo. O país colheu 9 milhões de toneladas a menos, enquanto a retração do consumo, devido basicamente à paralisação do setor de proteínas a partir de maio —greve dos caminhoneiros—, foi de 1 milhão de toneladas, segundo o sócio-diretor da Horizon.

O Brasil ganhou o posto de segundo maior exportador de milho do mundo. No ano passado, chegou a colocar 29,3 milhões de toneladas do produto no mercado externo.

Neste ano, devido à produção interna menor, deverá exportar um volume entre 21 milhões e 23 milhões.

Para Daniele Siqueira, da AgRural, o alcance do Brasil no mercado externo já não é mais o mesmo de há alguns anos, quando Japão, Coreia do Sul e Taiwan eram mercados importantes para o país.

Neste ano, esses países foram para o meio da lista dos principais importadores. Irã, Egito, Espanha e Vietnã encabeçam a lista de janeiro a setembro.

Fonte: Folha de S.Paulo

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