Quem é quem no núcleo político de Jair Bolsonaro

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O núcleo mais próximo do presidente eleito durante a campanha reuniu três dos seus cinco filhos, parlamentares, generais da reserva do Exército, um advogado e seu guru na área econômica. Com a assessoria do grupo, o candidato do PSL venceu Fernando Haddad no segundo turno da eleição presidencial. Os apoiadores devem seguir próximos de Bolsonaro, cujo mandato começa em 1º de janeiro de 2019.

Jair Bolsonaro com os filhos Carlos, Flávio e Eduardo (da esq. para a dir.) — Foto: Flickr/família Bolsonaro

Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro

 

Os três filhos do primeiro casamento de Jair Bolsonaro se tornaram políticos e integram o núcleo mais próximo do presidente eleito.

Carlos, 35 anos, é vereador no Rio de Janeiro e um dos responsáveis por pensar a comunicação do pai, com forte presença nas redes sociais.

Flávio, 37 anos, é deputado estadual e se elegeu senador pelo Rio.

Eduardo, 34 anos, foi reeleito deputado federal por São Paulo com a maior votação da história (1,8 milhão de votos). Ele protagonizou uma das polêmicas da campanha eleitoral. Em vídeo de quatro meses atrás, ele afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderia ser fechado por um cabo e um soldado se a candidatura do pai fosse indeferida. Ministros do STF criticaram a declaração e Bolsonaro desautorizou o filho.

Onyx Lorenzoni

Um dos coordenadores da campanha, o médico veterinário Onyx Lorenzoni (DEM-RS), 64 anos, foi anunciado por Bolsonaro como ministro da Casa Civil, considerado um dos principais postos da Esplanada dos Ministérios.

Onyx está no quarto mandato consecutivo como deputado federal e foi reeleito com 183.518 votos. Antes, foi deputado estadual no Rio Grande do Sul, estado natal, por duas vezes (de 1995 a 2003).

Em 2016, Onyx foi relator na Câmara do pacote de medidas de combate à corrupção e fez mudanças no texto apresentado no plenário, descumprindo acordo com os demais parlamentares, o que gerou diversas críticas a ele.

No ano passado, admitiu ter recebido R$ 100 mil em caixa 2 da empresa JBS para pagar dívidas de campanha de 2014. O deputado alegou que, na ocasião, não tinha como declarar o valor na Justiça Eleitoral.

Major Olímpio

Presidente do diretório paulista do PSL, o deputado federal Major Olímpio coordenou a campanha de Bolsonaro em São Paulo. Com discurso conservador, é um dos parlamentares integrantes no Congresso do grupo intitulado "bancada da bala".

Policial militar desde 1978, foi deputado estadual por dois mandatos, de 2006 a 2014, quando se elegeu deputado federal. Ele conquistou uma cadeira no Senado após obter mais de 9 milhões de votos neste ano.

Em 2016, Olímpio elogiou da tribuna da Câmara o policial militar de São Paulo que trabalhava como motorista de Uber e matou três rapazes em uma tentativa de assalto. No discurso, disse: "São "três vagabundos a menos" e "Que o diabo os carregue mesmo".

O deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR) e o senador Magno Malta (PR-ES) também estão entre os políticos do núcleo de confiança de Bolsonaro. O primeiro se elegeu deputado estadual pelo Paraná. O segundo não conseguiu se reeleger senador pelo Espírito Santo.

Paulo Guedes

Anunciado durante a campanha por Bolsonaro como ministro da Economia, o carioca Paulo Guedes, 69 anos, tem perfil liberal, favorável a privatizações e a menor participação possível do Estado na economia.

Formado em economia, Guedes concluiu mestrado e doutorado Universidade de Chicago (EUA), escola ligada ao pensamento liberal econômico. Bem-sucedido no mercado financeiro, foi um dos fundadores do banco Pactual e do Instituto Millenium. Hoje é sócio da gestora Bozano Investimentos.

Guedes ficou conhecido no período eleitoral pelo apelido de "Posto Ipiranga", já que Bolsonaro admitiu que não entendia de economia.

Durante a campanha, o economista se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal que apura possíveis "crimes de gestão temerária ou fraudulenta" em investimentos feitos por fundos de pensão estatais.

General Heleno

Um dos militares mais próximos de Jair Bolsonaro, o general de exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira, 71 anos, chegou a ser cotado para vice na chapa.

Ele participou da elaboração do plano de governo do presidente eleito e também auxiliou na interlocução do candidato do PSL com integrantes da cúpula das Forças Armadas.

Na reserva desde 2011, o general comandou a missão de paz das Nações Unidas no Haiti, foi comandante militar da Amazônia e chefiou o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. Bolsonaro já o anunciou como futuro ministro da Defesa.

Além de Heleno, outros militares tiveram papel de destaque na formulação de propostas de Bolsonaro, como os generais Alessio Ribeiro Souto, na área de educação, e Oswaldo Ferreira, na área de infraestrutura.

General Mourão

Vice-presidente eleito, o general de exército Antonio Hamilton Martins Mourão (PRTB) passou para a reserva do Exército em fevereiro deste ano, após 46 anos na ativa. Atuou para superar resistências a Bolsonaro na cúpula das Forças Armadas.

Natural de Porto Alegre (RS), o militar tem 65 anos e foi Comandante Militar do Sul. Ele foi exonerado da função em 2015, na gestão de Dilma Rousseff, ao criticar o governo e falar durante uma palestra que era preciso um "despertar para a luta patriótica" como saída para crise política do país.

Durante a campanha, Mourão causou polêmicas ao chamar o 13º salário de jabuticaba e ao declarar que, em situação hipotética de anarquia, o presidente poderia dar um "autogolpe" com apoio das Forças Armadas.

Gustavo Bebianno

Um dos conselheiros de Jair Bolsonaro, o advogado Gustavo Bebianno, 54 anos, até 2017 não tinha experiência na política.

Faixa preta de jiu-jítsu e admirador de Bolsonaro, Bebianno foi apresentado ao deputado em 2017 e se ofereceu para atuar em processos judiciais dele, de graça.

Logo, Bebianno conquistou a confiança do político a ponto de assumir a presidência do PSL e de acompanhar de perto a recuperação de Bolsonaro, após o então candidato ter recebido uma facada durante ato de campanha.

Bebianno ganhou papel central na logística da campanha ao cuidar, por exemplo, da agenda de Bolsonaro. Ele é cotado para assumir o Ministério da Justiça.

Outro nome próximo do presidente eleito é o empresário Paulo Marinho, que cedeu sua casa no Rio para Bolsonaro realizar reuniões e gravar programas da propaganda eleitoral.

Filiado ao PSL, Marinho é 1° suplente do senador eleito Flavio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro. Ele fez fortuna no setor de construção naval e consultoria empresarial. Foi sócio do empresário Nelson Tanure, hoje um dos maiores acionistas da Oi, em um estaleiro na década de 1990.

Fonte: G1

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