Livre comércio, facilitação de investimentos e meio ambiente, prioridades da indústria no G20

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A adoção, em nível global, de regras para aumentar a transparência e reduzir a burocracia nos investimentos internacionais e o respeito às regras do sistema multilateral de comércio devem ser prioridade nos debates da Cúpula de Chefes de Estado do G20, que ocorre em Buenos Aires, nestas sexta (30) e sábado (1º.). Em carta enviada ao governo brasileiro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI)apresentou as principais recomendações elaboradas no âmbito do fórum empresarial do G20, o B20, da qual participa desde o seu início, em 2010.

Para o setor produtivo brasileiro, dentre as recomendações elaboradas e que têm maior potencial para contribuir para o crescimento sustentado da economia do país estão o respeito às regras do sistema multilateral de comércio, a reforma da OMC, incentivo a novas fontes alternativas de financiamento para projetos de infraestrutura, como as Parcerias Público-Privadas (PPPs), criação de sistemas que possam se adequar e absorver as iniciativas da Indústria 4.0 e a promoção de um ambiente doméstico estável para o desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas, além de iniciativas que promovam inovação.

A CNI também julga importante o debate de temas relacionados ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável, como o incentivo à substituição de combustíveis fósseis e a necessidade de investimentos em infraestruturas adaptáveis à mudança climática.

Para a entidade, a evolução da agenda de comércio internacional é fundamental para o Brasil, que tem nos países do G20 seus principais parceiros comerciais, tanto no comércio quanto no fluxo de investimentos. "Os membros do G20 têm como imperativo indicar o caminho para superar o momento de tensão pelo qual passa o comércio internacional.

A existência de regras de comércio é o que garante previsibilidade para os negócios crescerem no mundo", afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes. "O aumento das tensões comerciais enfraquece o sistema como um todo e afeta o crescimento de todas as economias envolvidas. Os líderes do G20 precisam se comprometer seriamente com as reformas e o fortalecimento da OMC".

Comércio, investimentos e meio ambiente

As recomendações do B20 foram construídas ao longo deste ano, a partir de reuniões que envolveram mais de 1.700 líderes empresariais, de 740 empresas e de 260 organizações de empregadores. O documento, que servirá de insumo para as discussões durante a Cúpula da próxima semana reúne as principais propostas em três pilares: promoção do crescimento; igualdade de oportunidades e inclusão e ação climática e uso sustentável de recursos Outro tema urgente é o desenvolvimento de boas práticas e facilitação de investimentos, tema relevante para o Brasil em sua relação com países do G20.

Para se ter ideia, em 2017, as empresas brasileiras tinha um estoque de investimentos de US$ 164 bilhões nos países do G20, que responde por 46% dos aportes nacionais no exterior. Na comparação com o ano anterior, houve crescimento de 14% e, no acumulado dos últimos 10 anos, a variação é positiva em 130%. Os países do grupo também são fonte estratégica de investimentos no Brasil. Em 2016 (dado mais recente), o estoque de investimentos chegou a US$ 398 bilhões, o que representou 83% do total, uma alta de 31% frente ao ano anterior.

Fonte: Comex/CNI

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