Brasil deverá ter nova safra recorde de soja apesar de custos maiores

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O ímpeto por uma safra recorde de soja estimulará produtores brasileiros a plantar uma área ligeiramente maior com a oleaginosa na nova temporada, apesar de a rentabilidade ser menos promissora do que um ano antes, disseram analistas e produtores.

Apesar do alto custo com transporte provavelmente corroer as margens, a soja oferece aos produtores menos riscos frente aos fracos preços domésticos do milho, que diminuem suas opções, em meio à recuperação das safras dos EUA.
 
As previsões privadas para a safra, que pode oficialmente ser cultivada a partir de 15 de setembro, sugerem que a área de soja deve crescer cerca de 4 por cento ante o ciclo anterior.
“Pode ser uma nova safra recorde, mas nada de grande relevância ante o ano passado”, disse Ricardo Tomczyk, vice-presidente da Aprosoja, que reúne produtores do principal Estado produtor, Mato Grosso.
 
Ele, pessoalmente, decidiu não dedicar mais áreas à soja neste ano, por causa de um mercado menos favorável e aumento dos custos.
 
Os produtores estão lidando com uma abundância de milho, após dois anos de produção recorde, e o governo vem buscando elevar os estoques públicos, como forma de sustentar preços do cereal.
 
Os preços do milho domésticos baixíssimos tornam o plantio de soja mais atrativo, apesar de os preços internacionais da soja estarem menores que um ano atrás, disseram analistas FCStone.
 
Outro fator que estimula os produtores a apostar na soja é a taxa de câmbio: o real enfraqueceu quase 20 por cento em relação ao dólar desde maio, o que favoreceria as exportações agrícolas brasileiras caso esta tendência se mantenha até o início da colheita, em janeiro.
 
“No Brasil, a área plantada com soja deve aumentar entre 3 e 5 por cento, uma vez que a desvalorização da moeda local, incentiva a produção”, disseram analistas do Rabobank em um relatório.
 
As vendas antecipadas de soja de fato aumentaram nas últimas duas semanas, quando os preços subiram em Chicago e o real enfraqueceu, disse o analista Flávio França Júnior, de Porto Alegre.
 
A comercialização soma até agora 20 por cento da produção prevista, disse ele, ainda bem abaixo dos quase 50 por cento comercializados em igual período do ano passado.
 
O panorama é bem diferente de um ano atrás, quando os produtores conseguiram financiamentos para plantar soja em qualquer lugar, e ampliaram a área nacional em expressivos 10,7 por cento, em resposta a baixos estoques globais depois de secas que reduziram as safras 2011/12 na América do Sul e 2012/13 dos Estados Unidos.
 
Os estoques globais voltaram a se recuperar parcialmente graças à safra do Brasil de 81,5 milhões de toneladas em 2012/13, 23 por cento maior do que no ano anterior. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) também espera uma safra grande de soja nos EUA de 88,6 milhões de toneladas em 2013/14.
 
“O tom que vemos hoje entre os produtores de soja é de cautela”, disse Elisa Gomes, analista do instituto de produtores de Mato Grosso, Imea.
 
“Mas muitos estão muito bem capitalizados e já fizeram investimentos, por isso veremos algumas áreas plantadas a mais”, acrescentou.
 
A principal preocupação entre os produtores é o aumento de custos. Os produtores foram beneficiados na última temporada, quando as empresas de comércio internacional absorveram um pico imprevisto nos custos com frete, mas Tomczyk, da Aprosoja, disse que eles estão recebendo menos pelos grãos neste ano, com os agentes intermediários incluindo na conta os custos de transporte.
 
Fonte: Reuters

cacau

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