Tecnologia vai mudar nosso comportamento econômico

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Novas tecnologias estão mudando a economia, transformando setores inteiros. Basta pegarmos os aplicativos de transporte para uma medida. Mas também estão mudando nosso comportamento. Em 2019, esta tendência certamente se tornará mais visível na vida de todo mundo. Uma das áreas que vai vem ganhando corpo é a combinação do uso da inteligência artificial e ciência comportamental. Há alguns anos o governo americano, assim como administrações da Inglaterra, Noruega, França e Austrália, entre outros, recorre a "empurrões" para estimular campanhas de vacinação, educação e de doações de órgãos.

Estas mudanças trouxeram os conceitos do "paternalismo libertário" ao debate sobre políticas públicas. Mas agora os empurrões também estão sendo usados pelas empresas, não apenas na forma de sludges, para nos fazer gastar mais, como para práticas mais nobres como para salvar vidas.

Plataformas para estimular a honestidade, como o Moral API e o Lemonade, vêm sendo discretamente adotadas por grandes empresas, poupando dezenas de bilhões de dólares por ano com transgressões cometidas pelos clientes. São fraudes como mentir para o seguro ou para o banco, difíceis de descobrir e geralmente só detectadas depois de cometidas.

Estas interfaces fazem com que as pessoas reflitam sobre a moralidade de uma determinada decisão, o que, comprovam os estudos de economia comportamental, ajuda a diminuir o comportamento transgressor. Ao pedir um empréstimo ou fazer um seguro, por exemplo, são apresentadas perguntas que não só estimulam a honestidade como apontam para os mais capazes de cometer atos desonestos.

São casos de como a economia comportamental, tendo deixado as discussões acadêmicas, hoje atua no dia a dia das empresas, não só fornecendo insights sobre os consumidores como estimulando o bom comportamento deles e a compliance e a liderança responsável da direção e dos funcionários.

Outra indústria onde devemos ver a economia comportamental influenciando as discussões do cotidiano é a de automóveis. Não só nas discussões morais sobre os carros automatizados. A "insutech" Metromile, por exemplo, usa uma plataforma para calcular riscos, oferecendo apólices mais baratas aos que usam o carro por menos tempo.

Muito dos hábitos que adotamos assumimos responde à nossa irracionalidade. Mas a tecnologia dos celulares, carros, câmeras, sensores, etc. oferece a possibilidade de saber o que devemos fazer em seguida, permitindo, no caso dos seguros, não apenas atuar no caso de algo ruim acontecer, mas na prevenção, seja informando sobre a necessidade de manutenção do carro, a previsão do tempo ou mesmo algum comportamento de risco.

Enquanto as pessoas manifestam muita incerteza sobre serem monitoradas pelo governo, elas parecem mais dispostas a deixar que as empresas tenham acesso às suas informações pessoais em troca de economizar algum dinheiro. Uma barganha que em 2019 será muito mais presente nas nossas vidas.

Fonte: G1

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