Presidente da AEB vê com preocupação inércia do governo em relação ao comércio exterior

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Vou destacar o que não houve pois o ano do comércio exterior brasileiro ainda não começou". Com esta frase o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil AEB), José Augusto de Castro resumiu sua avaliação sobre os primeiros 30 dias do governo do presidente Jair Bolsonaro em relação ao comércio exterior. Segundo ele, "o futuro do Brasil é o passado". Ao fazer um balanço do primeiro mês do governo, Jose Augusto de Castro afirmou que "não temos nenhuma novidade até agora. Até aqui houve declarações sobre a redução de tarifas de importação. Seria um corte de 14% para 10% imediato se o governo Bolsonaro aceitasse a proposta da equipe econômica do ex-presidente Michel Temer. Entretanto, pelo que se sabe, a redução amena e pode chegar a 4% ao final deste governo, preservando-se a proposta feita pelo governo anterior. Falou-se também da possibilidade da implantação de uma abertura unilateral do mercado brasileiro sem contrapartida. Enfim, o que tivemos foi uma série de declarações mas, de concreto, até agora, nada".

Em relação à intenção anunciada pelo governo no sentido da redução unilateral de tarifas, José Augusto de Castro disse que "não temos nada contra a redução de tarifas. Acho que a abertura pode ser feita em até quatro anos, mas pode ser que decidam fazê-la em apenas um ano. O problema é que o anúncio já foi feito unilateralmente e se concretizado deixará a indústria brasileira completamente à mercê de quem quiser entrar no mercado brasileiro".

O presidente da AEB recorda que recentemente a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou uma redução unilateral das tarifas de importação sobre 576 ex-tarifários, que considerou "uma pancada na indústria brasileira, que não está preparada para enfrentar uma medida dessa natureza". E por isso mesmo mostrou-se preocupado porque a partir dessa decisão "não existe nenhuma proposta de reunião para voltar a discutir esse tema tão importante. Nada foi marcado".

José Augusto de Castro mostra idêntica preocupação com a falta de notícias sobre mecanismos de financiamento às exportações. Segundo ele, "esse é outro problema grave. Novos financiamentos foram aprovados em novembro, ainda durante o governo do então presidente Michel Temer, mas não houve a liberação de recursos. Faltam financiamentos para bens de capital, fundamentais para a modernização e o consequente aumento da capacidade competitiva da nossa indústria".

Apesar do ceticismo e da apreensão ante a falta de medidas concretas por parte do governo de Jair Bolsonaro em relação ao comércio exterior, o presidente da AEB afirmou que "o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala, repetidamente, aquilo que queremos ouvir: necessidade urgente da implementação das reformas da previdência, tributária, privatização e consequente redução da presença do estado na economia brasileira. Ele tem ideias muito claras acerca daquilo que quer. Essas reformas são fundamentais e se implementadas constituirão avanços significativos. Por isto temos que dar crédito a ele, mas é preciso avançar".

Fonte: Comex

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