Chile se posiciona mais uma vez à frente do Brasil e assina acordo pós-Brexit com Reino Unido

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Em matéria de comércio exterior, o Chile está a anos-luz à frente do Brasil. E na semana passada o governo chileno deu mais uma prova concreta desse avanço: no último dia 29 de janeiro, o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, e o embaixador do Reino Unido em Santiago, Jamie Bowden, assinaram um Acordo de Associação Bilateral que mantém as atuais condições de comércio entre os dois países e balizará esse intercâmbio após o desfecho do Brexit, que regulamentará as bases da retirada do Reino Unido da União Europeia (UE). De acordo com o ministro Roberto Ampuero, com a assinatura do acordo, o Chile se tornou o primeiro país do mundo a firmar um acordo dessa natureza com o Reino Unido. Enquanto isso, o Brasil segue observando à distância e imóvel o complexo processo negociador relacionado ao Brexit.

Segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, "o Chile, como sempre, um passo à frente do Brasil. O acordo firmado pelo governo chileno com o Reino Unido é mais que louvável. Acima de tudo, serve para mostrar ao mundo que existe vida pós-Brexit".

O presidente da AEB vê diversos motivos para essa postura vanguardista assumida pelo governo chileno e entre eles destaca que "ao contrário do que acontece no Brasil, a economia chilena depende em 50% do comércio exterior e por isso enxerga antes. Enquanto os chilenos avançam nessa direção e rumo à ampliação consistente de sua vasta rede de acordos de livre comércio com todos os principais players do comércio internacional, nós aguardamos o que vai acontecer e no caso do Brexit, esperamos para depois agir. Para atuar como o faz o Chile é preciso ter uma mentalidade avançada e apreço pelo livre comércio".

Ao assinar o acordo, o ministro Roberto Ampuero afirmou que "como chancelaria, nos antecipamos e alcançamos uma solução bastante positiva ante um cenário que poderia ter se transformado em uma situação complexa. A assinatura do acordo coloca em relevo uma orientação central de nossa chancelaria: fazer com que o nosso trabalho traga benefícios concretos para o povo chileno. Nesse caso, significa proteger o comércio bilateral, os exportadores chlilenos e, sobretudo, proteger empregos. Com isto, o Chile se converteu no primeiro país do mundo a firmar um acordo desse tipo com o Reino Unido, um seguro para os nossos exportadores".

Por sua vez, o embaixador Jamie Bowden declarou que "esse é um fato de grande relevância para a política comercial independente do Reino Unido. É também históricamente significativo que firmemos esse acordo com um país com o qual temos desenvolvido uma relação comercial por mais de duzentos anos".

O Acordo de Associação Bilateral assinado pelos dois países mantêm as mesmas preferências tarifárias para o acesso dos produtos chilenos ao mercado britânico, ao mesmo tempo em que mantém os mecanismos de cotas para as exportações de carnes bovina, de aves, cordeiros e caprinos.

Por outro lado, o acordo possui um caráter evolutivo que contempla diferentes instrumentos para ampliar e modernizar sua cobertura, incluindo uma cláusula evolutiva de produtos agrícolas, através da qual se estabelece que em um período de dois anos (e a cada dois anos depois), as partes revisarão a situação da liberalização tarifária para os produtos agrícolas.

Além disso, a cláusula evolutiva geral foi modificada para assegurar que após dois anos de entrada em vigor (e cada dois anos depois), as partes discutirão sobre como melhorar sua relação comercial.

Fonte: Comex

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