Exportação de minério do Brasil segue firme em fevereiro apesar de paradas da Vale
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- 26/02/19
A média diária de exportações de minério de ferro do Brasil nas primeiras quatro semanas deste mês foi 7,8 por cento maior na comparação com o registrado durante todo fevereiro de 2018, apesar de paradas em operações da Vale, mostraram dados oficiais do governo ontem (25). Os embarques firmes ocorrem mesmo após a Vale, maior produtora global de minério de ferro, ter sido levada a cortar operações em diversas minas em Minas Gerais, devido ao rompimento mortal de uma de suas barragens na cidade de Brumadinho, há exatamente um mês.
Até a quarta semana de fevereiro, o que compreende 16 dias úteis, o país exportou 1,4 milhão de toneladas de minério de ferro por dia, totalizando 22,8 milhões de toneladas, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Há um ano, a média diária de embarques foi de 1,3 milhão de toneladas.
Em janeiro, contudo, o Brasil exportou mais, com aproximadamente 1,5 milhão de toneladas por dia, mostrou a Secex.
Os dados do governo apontam o preço médio de exportação ligeiramente maior em fevereiro ante o mês anterior. Até momento, a cotação média do mês está em 52,6 dólares por tonelada, ante 51,4 dólares em janeiro.
As paradas de produção da Vale estão associadas a medidas da companhia para descomissionamento de barragens ou decisões de autoridades suspendendo operações, como no caso de Brucutu, maior mina produtora da companhia em Minas Gerais, com capacidade de 30 milhões de toneladas por ano.
O colapso da Barragem 1 da mineradora, que atendia a mina Córrego do Feijão, liberou uma onda gigante de lama, que inundou área administrativa da própria empresa, além de atingir mata, rios e comunidades da região de Brumadinho.
A estrutura continha mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de beneficiamento de minério de ferro. O desastre socioambiental deixou centenas de mortos e desaparecidos.
Procurada, a Vale não fez comentários sobre os dados da Secex.
A empresa disse anteriormente que buscará compensar parcialmente as paradas em Minas Gerais com a produção em outras unidades.
Os preços do minério de ferro chegaram a reagir fortemente após o desastre em Brumadinho, com o mercado temendo os desdobramentos da tragédia para a Vale. No início do mês a commodity chegou a superar 94 dólares/toneladas na China, maior valor desde fevereiro de 2017.
Analistas avaliam que a alta no preço poderia compensar as perdas em produção para a Vale.
Fonte: Reuters