Brasil e Índia podem começar intervenção de emergentes contra o dólar, diz indiano
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- 30/08/13
A Índia está em contato com outros países de economias emergentes sobre um plano para coordenar uma intervenção em mercados cambiais offshore, considerados culpados por alimentar uma agitação nos últimos três meses em suas moedas, disse autoridade sênior do Ministério das Finanças indiano nesta sexta-feira.
"Agora é hora de parar", disse o principal conselheiro econômico do Ministério das Finanças indiano, Ashim Dasgupta, referindo-se à especulação que segundo ele está prejudicando a estabilidade da economia mundial.
Dasgupta disse que tem havido correspondência entre os países quanto aos planos nas últimas semanas, e previu que a ação virá rapidamente, mas se recusou a compartilhar detalhes específicos das discussões. "Acontecerá em uma questão de dias, em vez de semanas", disse ele. "Brasil e Índia podem começar o movimento."
Não ficou clara a quantidade de interessados de outros importantes países emergentes por tal proposta.
Os mercados offshore se desenvolveram para permitir aos investidores estrangeiros fazer hedge (proteção cambial) ou especular sobre as moedas de mercados emergentes quando os controles cambiais nesses países dificultaram a negociação direta no mercado doméstico à vista.
Dasgupta disse que tais mercados exerceram pressão sobre 12 das principais moedas de mercados emergentes, incluindo Brasil, China, Índia, Rússia, África do Sul, Turquia e Malásia.
Ele disse que, agindo juntos, até mesmo quatro ou cinco membros teriam reservas internacionais estimadas de US$ 1,2 trilhão. Com a China, as reservas totais ultrapassam US$ 6 trilhões, segundo Dasgupta.
O Brasil tem cerca de US$ 370 bilhões em reservas internacionais
"Assim que eles decidirem que irão agir para intervir buscando apoiar-se mutuamente a fim de estabelecer um piso, não há força que possa impedir o impacto", disse ele.
Entretanto, o Banco Central do Brasil não está atualmente participando de qualquer plano de economias emergentes para coordenar uma intervenção em mercados cambiais offshore, afirmou à Reuters a assessoria de imprensa do BC nesta sexta-feira.
Uma autoridade do Ministério da Fazenda, falando sob condição de anonimato, afirmou que o governo não está ciente de nenhum plano concreto ou imediato para coordenar intervenção offshore.
Fonte: Folha de São Paulo