Brics terão reserva comum contra turbulência externa
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- 30/08/13
Para fazer frente à mudança de ventos na economia global, provocada pela recuperação dos EUA e a consequente absorção de capitais de outros países, as nações emergentes reunidas no Brics pretendem criar uma reserva comum de dólares.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul terão um valor total de US$ 100 bilhões, que poderá ser acessado em caso de saída repentina de capitais de um dos países integrantes do grupo.
Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), trata-se de uma reserva virtual, uma vez que os recursos permanecerão sob a guarda de cada país. "Havendo necessidade, o recurso é disponibilizado". O ministro disse que as cotas de cada um ainda serão definidas, assim como os mecanismos para acessar os recursos. "A China provavelmente deverá ter a maior cota", disse.
As reservas em dólares da China chega a US$ 3,4 trilhões, e possivelmente o país será o maior contribuinte desse colchão de segurança coletivo.
Os Brics têm juntos cerca de US$ 4,5 trilhões em reservas. O segundo país do grupo mais bem munido de proteção é a Rússia, com US$ 470 bilhões. O Brasil vem em seguida, com US$ 373 bilhões, de acordo com a Bloomberg.
A África do Sul é o que tem as menores reservas dos Brics, com US$ 39 bilhões.
Mantega disse que a reserva comum de dólares já é empregada por países asiáticos, que mantêm cerca de US$ 240 bilhões para socorro de seus membros.
O Brasil, acrescentou o ministro, já tem acordo de reserva comum com a China, em que os dois países oferecem US$ 30 bilhões ao parceiro, caso seja necessário.
As reservas comuns dos Brics deverão estar prontas para operar em março de 2014, segundo Mantega.
Fonte: Folha de São Paulo