Soja apresenta alta no preço

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Depois de meses com preços desanimadores e que praticamente seguraram as negociações da soja no mercado futuro, os produtores mato-grossenses puderam voltar a travar porções da sua produção estimada e assim assegurar uma renda mínima que seja, mas positiva para o novo ciclo. No sprint final – antes do início do plantio – as cotações reagiram às preocupações com a safra norte-americana e no país, acabaram sendo beneficiadas ainda pela elevação do dólar, moeda referência nos negócios. Somente no mês passado, a cotação da soja acumulou valorização de 16%.

Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, está a duas semanas de iniciar o plantio da nova safra, a 2013/14, que começa a ser semeada a partir do dia 15, com o fim do Vazio Sanitário, período que proibiu a existência de plantas vivas na entressafra como forma de reduzir a incidência da ferrugem asiática na nova safra.

Até meados de agosto, muitos produtores ainda não haviam operado no mercado futuro e quem havia comercializado parte da safra, estava apenas realizando as trocas, ou seja, sacas a serem colhidas pelos insumos básicos necessários ao plantio. No ano passado, no auge da euforia com os bons preços à saca, mais de 58% do volume estimado estavam vendidos. Até o mês passado, eram 31%. No próximo dia 16, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vai atualizar os números e será possível avaliar o impacto da reação dos preços no mercado local. Os preços atuais estão bem distantes das médias apuradas pelo Imea há um ano, quando havia soja US$ 16,82 o bushel (padrão de medida norte-americano que equivale a pouco mais de 27 quilos), valor que naquele momento revelava um preço local de R$ 60,40. Mesmo longe do pico, os preços atuais – ontem foi a US$ 13,59 – se distanciam do piso, quando a oferta recente era de pouco mais de US$ 12 por bushel.

"Depois de um mês de baixas seguidas, agosto trouxe animação para o mercado da soja em Mato Grosso, devido a uma valorização na Bolsa de Chicago. O contrato com vencimento para setembro de 2013 teve alta de 15% no mês de agosto. Já o contrato com vencimento para março de 2014 teve uma alta menor, 11%. O preço futuro da soja oferecido em Mato Grosso teve elevação de 16,6% no mês de agosto, apresentando variação maior que o contrato referência em Chicago (março/2014). Esse movimento mais intenso se deve ao aumento no dólar, que impulsionou os preços internos", avaliam os analistas do Imea.

Eles chamam à atenção para o ganho em real como conseqüência da valorização da moeda norte-americana. "{A alta} tem impacto direto nos preços futuros em Mato Grosso, em média, cada centavo que se eleva na moeda reflete em cerca de R$ 0,30/saca de soja no valor oferecido para os produtores", completam.

Os preços para a saca de soja no mercado interno mato-grossense, com entrega para fevereiro de 2014 e pagamento em março, apresentaram alta de 2,8% no comparativo com a semana anterior. No comparativo entre semanas a alta ocorreu devido ao leve aumento na cotação do dólar, de 0,8%, juntamente com a valorização de 2,2% na Bolsa de Chicago para o contrato com pagamento em março de 2014.

Em Primavera do Leste o preço da soja fechou a semana passada cotado a R$ 55/sc, tendo um aumento em relação à semana anterior de 1,9%. Em Nova Mutum o preço oscilou chegando a custar R$ 51,05/sc, mas teve o fechamento com R$ 48,60/sc. Em Campo Novo do Parecis o preço médio semanal foi de R$ 48,68/sc, fechando a semana a R$ 49,10/sc.

A valorização do preço da soja se iniciou após o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) do mês de agosto. A projeção da produção de soja caiu para 88,6 milhões de toneladas ante 93 milhões de toneladas.

"Porém, atualmente o grande motivador da alta em Chicago é a falta de chuva nas lavouras norte-americanas. Em algumas regiões há quase três semanas não chove, e em outras não ocorrem chuvas expressivas há mais de um mês. O problema maior é que a previsão para a próxima semana (esta semana) não é animadora", diz trecho do Boletim da Soja divulgado na última segunda-feira pelo Imea.

Os analistas chamam à atenção para o momento. "Os produtores mato-grossenses têm de ficar atentos às mudanças no câmbio e também aos impactos que a falta de chuvas irá causar nas lavouras norte-americanas, visto que o cenário de preços mundial da oleaginosa parece estar mudando de tendência".

Fonte: Diário de Cuiabá

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