Pela primeira vez, mercado financeiro prevê retração no PIB deste ano

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Os efeitos da pandemia do novo coronavírus fizeram os economistas do mercado financeiro reduzir novamente a estimativa para o nível de atividade economia brasileira para 2020. Eles passaram a prever contração para este ano, pela primeira vez, assim como também passaram a esperar um novo corte na taxa básica de juros, a Selic, em maio.

As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira, 30, pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, a previsão, que antes era de um crescimento de 1,48%, passou a ser uma queda de 0,48%. Essa foi a sétima queda consecutiva do indicador. Há quatro semanas, a estimativa era de alta de 2,17%. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2,50%.

Nas últimas semanas, tanto o Ministério da Economia quanto o Banco Central também revisaram suas estimativas e passaram a prever estabilidade (sem alta, mas também sem contração) do PIB neste ano.

Novo corte na Selic
O mercado financeiro também passou a prever um novo corte na taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente na mínima histórica de 3,75% ao ano.

A expectativa dos economistas dos bancos é de que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no começo de maio, a taxa seja reduzida em 0,25 ponto percentual, para 3,5% ao ano – e que assim permaneça até o fim de 2020.

Para o fechamento de 2021, a expectativa do mercado para a taxa Selic recuou de 5,25% para 5% ao ano, o que pressupõe alta do juro no ano que vem.

Inflação
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,04% para 2,94%.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2021, o mercado financeiro baixou a estimativa de inflação de 3,60% para 3,57%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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