Especialista alerta perigos de endividamento excessivo com uso do Pix

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Considerada como uma evolução no nosso sistema financeiro, o Pix já é uma realidade. A ferramenta possibilita pagamentos instantâneos que devem substituir o TED e o DOC. A novidade começou nesta terça-feira, 3, na chamada Fase Restrita, que vai até o próximo dia 15 de deste mês.

Contudo, nem tudo pode ser uma novidade boa com a utilização do Pix. Apesar da ferramenta garantir o benefício que o TED e DOC vão ficar mais baratos, ficando insentos até 30 operações para pessoas físicas, também pode facilitar a utilização facilitada e desenfreada do dinheiro existente em conta corrente.

Segundo o PhD. em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, o Pix vai diretamente na fonte do dinheiro que está na conta corrente que em 10 segundos evapora.

"Ou seja, você pode ter acesso ao seu dinheiro com o celular, através do QR Code e comprar qualquer coisa em qualquer lugar. Você não vê e isso vai eliminar a circulação das notas. Tem um problema seríssimo que o dinheiro do brasileiro está curto e no momento de pandemia nós temos uma ausência de reservas financeiras para a conta bancária. Então onde o brasileiro vai buscar? Dentro do cheque especial", explica Reinaldo durante entrevista na manhã desta quarta-feira, 4, para o 'Isso é Bahia'.

Para o especialista, a pandemia da Covid-19 também acelerou um novo modelo de consumo, baseado pelos cliques no celular, sem a necessidade de se deslocar até uma loja física para realizar qualquer compra.

"Com a vinda do Pix agora nós teremos 24 horas por dia e 365 dias por ano a possibilidade de ter acesso a este gasto. Nós somos um país emergente, capitalista e e muito consumista. Quanto maior a facilidade, maior será a possibilidade de gastar seu recurso financeiro. Você ganha uma vez por mês, a depender da sua atividade, e gasta com todos os itens possíveis imagináveis", pontua o presidente da Abefin.

Primeiro dia de teste

Das 9h às 17h do primeiro dia de teste em fase restrita, o Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), registrou 1.570 transações. O valor médio por transação somou R$ 90, e a maior transferência de recursos somou R$ 35 mil.

Nesta etapa, que funcionará como teste para a nova modalidade, somente de 1% a 5% dos clientes dos bancos poderão enviar recursos pelo Pix. Todos os clientes com a chave cadastrada, no entanto, estarão aptos a receber. A escolha dos clientes que participarão da fase restrita coube às instituições financeiras.

A partir do dia 9, os bancos ampliarão o público que pode enviar recursos até o Pix operar plenamente, no próximo dia 16. A partir dessa data, o Pix funcionará 24 horas por dia.

Cadastramento

Segundo o chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Carlos Eduardo Brandt, mais de 60 milhões de chaves (código de utilização) para operar o Pix foram cadastradas. Cada pessoa física pode inscrever até cinco chaves por conta bancária. Para pessoas jurídicas, o número sobe para 20.

As chaves funcionarão como um código simplificado que associará a conta bancária ao número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), e-mail, número do celular ou uma chave aleatória de 32 dígitos. Em vez de informar o número da agência e da conta, o cliente apenas informa a chave para fazer a transação.

O Pix servirá não apenas para transferências instantâneas de dinheiro, como poderá ser usado para o pagamento de boletos, de contas de luz, de impostos e para compras no comércio. Com a ferramenta, será possível o cliente sacar dinheiro no comércio, ao transferir o valor desejado para o Pix de um estabelecimento e retirar as cédulas no caixa.

"Temos que chamar atenção do consumidor para que ele não exagere, pois o Pix é uma ferramenta muito poderosa também para arrastar mais pessoas para a vala comum do endividamento excessivo", finaliza o PhD. em educação financeira Reinaldo Domingos.

Fonte: Agência Brasil

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