OGX pode ser excluída do Ibovespa a partir de janeiro

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Se continuarem sendo negociadas por um valor abaixo de R$ 1 até janeiro, as ações da petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, serão excluídas da nova carteira do índice Bovespa (Ibovespa), referência do mercado de ações brasileiro, que passa a vigorar em 6 de janeiro.

A BM&FBovespa detalhou ontem a nova metodologia de cálculo do índice, que exclui automaticamente papéis que valem centavos, chamados de penny stocks. O diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou que uma mudança no índice, que tem 45 anos, já vinha sendo estudada desde o início deste ano. Mas reconheceu que o "efeito Eike" foi mais um dos fatores considerados para criar uma nova metodologia para o Ibovespa:

— Não mudamos o Ibovespa só pelo problema da OGX. Já estávamos estudando mudanças desde o início do ano. Mas, a partir de abril, o caso da OGX começou a impactar no índice e passou a ser mais um fator para repensar o Ibovespa. Caso a petrolífera de Eike entre em recuperação judicial de agora até janeiro, a negociação das ações será suspensa. Se os papéis voltarem a ser negociados nesta situação especial, a nova metodologia também prevê que ela seja excluída da carteira do Ibovespa.

Segundo especialistas, a OGX só deve permanecer no índice se agrupar suas ações na Bolsa. Por exemplo, quem tem cem ações da empresa passaria a ter apenas dez ações, só que elas valeriam dez vezes mais. Ontem, as ações fecharam a R$ 0,39, alta de 2,63%. No ano, a queda acumulada é de 91,10%.

Para Edemir Pinto, o caso da OGX trouxe um alerta para o investidor:

— Acredito que os investidores serão mais criteriosos. Os riscos da OGX, uma empresa pré-operacional, estavam todos no prospecto. Para a BM&FBovespa, o caso também trouxe lições.

A BM&FBovespa vinha sendo questionada sobre o peso expressivo da OGX no índice, de 4,259%. Como as ações têm apresentando grande variações, para cima e para baixo, isso tem tornado o Ibovespa mais volátil.

— O valor de mercado passa a ser o principal critério para integrar o Ibovespa, ponderado pelo número de total de negócios no mercado e o volume financeiro gerado por eles — disse Eduardo Guardia, diretor executivo de Produtos e Relações com Investidores da BM&FBovespa.

A nova metodologia será implantada em duas etapas: de janeiro de 2014 a abril vai ponderar a metodologia atual e a nova. A partir de maio, só a nova.

O presidente da OGX, Luiz Eduardo Carneiro, admitiu ontem que a recuperação judicial da empresa "é uma possibilidade" mas que está trabalhando para que não aconteça. Disse ainda que é possível que Eike Batista deixe o controle da companhia, após concluída a reestruturação.

— Não podemos descartar totalmente (a recuperação judicial), mas existem várias outras possibilidades — disse ele, após assembleia extraordinária para eleição de conselheiros, no Rio.

Segundo Carneiro, a companhia trabalha com três opções para manter-se de pé: a injeção de até US$ 1 bilhão de Eike (a chamada put); os US$ 850 milhões que a petrolífera malaia Petronas se comprometeu a pagar por 40% de dois blocos exploratórios; e uma nova injeção de capital por parte de credores internacionais. Esta última estaria indo "muito bem" mas Carneiro ressaltou que ainda está numa primeira etapa de negociação, sem dar detalhes.

Fonte: O Globo

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