Agência realiza programa de internacionalização em Dubai
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- 25/09/13
A Agência Brasileira de promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com a Fundação Dom Cabral, (FDC) realiza de 3 a 7 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Programa Internacionalização e Competitividade (Inter-Com), edição internacional do Oriente Médio. O evento é voltado especialmente para os mercados dos seis países que formam o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG): Arábia Saudita; Bahrein; Catar; Emirados Árabes Unidos; Kuwait e Omã.
O acesso ao crédito para exportadores, oferecido por instituições financeiras da região em bases que seguem os princípios das leis islâmicas, que não admitem a cobrança de juros, será um dos destaques do seminário. Conhecer as formas como as operações financeiras e creditícias ocorrem com base nas leis islâmicas será uma grande contribuição para a competitividade das empresas interessadas em ampliar suas atividades também para outros países seguidores do islamismo, especialmente países da África. "A competitividade das empresas brasileiras na região depende não apenas de preços e qualidade, mas também do conhecimento das peculiaridades do mercado do Oriente Médio", afirma o gerente de Internacionalização da Apex-Brasil, Juarez Leal.
Ele chama a atenção, por exemplo, das linhas de crédito locais disponíveis para financiar importações dos países. O acesso a essas linhas de crédito obedece aos preceitos determinados pelo Islamismo, dentre elas a proibição de cobrança de juros e a venda ou transferência de dívidas, mesmo daquelas estruturadas sob as regras Islâmicas.
Modelo de negócios
Para ser bem sucedida, a internacionalização exige modelos de negócios inovadores e integração entre as diversas áreas das empresas em relação aos objetivos definidos. O Programa de Internacionalização da Apex-Brasil desenvolvido pela Apex-Brasil contempla uma série de ações e iniciativas de apoio e acompanhamento das empresas brasileiras interessadas em se internacionalizarem, sendo o Inter-Com uma dessas ações.
Durante o Inter-Com em Dubai, representantes da Fundação apresentarão os cinco temas que devem ser tratados de forma simultânea pelas empresas nos processos de internacionalização: 1 - gestão de stakeholders; 2 - estrutura organizacional; 3 - talento e liderança; 4 - modelo de negócios e; 5 - proposta de valor. Estão previstos workshops com especialistas de mercado e relatos de experiências de empresários brasileiros que já atuam no Oriente Médio.
Serão realizadas visitas à Jabel Ali Free Zone, zona franca que também permite a instalação de empresas, e ao Centro de Negócios da Apex-Brasil na capital dos Emirados Árabes. As empresas brasileiras interessadas em instalar unidades em Dubai podem contar com a infraestrutura do Centro, que oferece ainda apoio jurídico para os exportadores brasileiros com atividades no Oriente Médio e realiza estudos de inteligência comercial competitiva com vistas a identificar oportunidades de negócios na região.
Mercado Atraente
Os países que formam o CCG têm em comum a elevada renda per capita (de US$ 26,5 mil no Bahrein, em 2012, a US$ 99,7 mil, no Catar) em decorrência das exportações de petróleo e a grande dependência de importações de praticamente tudo o que é consumido. Os seis países importaram, por exemplo, em 2011, US$ 35 bilhões de alimentos e bebidas em 2011, US$ 145 bilhões em máquinas e equipamentos, US$ 32 bilhões em produtos de casa e construção e outros US$ 64 bilhões em artigos relacionados à modas e cuidados pessoais.
À exceção do setor de alimentos em que as exportações brasileiras ficaram em US 4,5 bilhões, a participação brasileira é bastante reduzida para os demais setores. As exportações de máquinas e equipamentos e de produtos do complexo de casa e construção para os países do CCG em 2011 foram de, respectivamente, US$ 433 milhões e US$ 105 milhões, equivalentes a 0,3% do total de produtos dos dois complexos importados pelos países do CCG. As exportações de produtos de moda e cuidados pessoais, de US$ 93 milhões, em 2011, foram equivalentes a 0,1% do total importado.
Fonte: Apex-Brasil