Pela 1ª vez, Brasil tem resultado primário negativo em agosto

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O setor público brasileiro registrou déficit primário de R$ 432 milhões no mês passado, primeiro resultado negativo para agosto desde o início da série, em dezembro de 2001, afetado pelos maiores gastos com a Previdência, informou o Banco Central nesta segunda-feira. O Governo Central teve déficit de R$ 55 milhões; e os governos regionais e as empresas estatais, déficits de R$ 174 milhões e R$ 203 milhões, respectivamente.

No ano, o superávit primário acumulado alcançou R$ 54 bilhões, comparativamente a R$ 74,2 bilhões no mesmo período do ano anterior. O superávit primário acumulado em doze meses totalizou R$ 84,7 bilhões, 1,82% do PIB, reduzindo-se 0,09 p.p. do PIB em relação ao observado no mês anterior.

Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$ 21,9 bilhões em agosto, comparativamente a R$ 23,4 bilhões em julho. O menor número de dias úteis no mês contribuiu para essa redução. No ano, os juros nominais somam R$ 163,4 bilhões, comparativamente a R$ 147,6 bilhões no mesmo período de 2012. No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 229,6 bilhões, 4,94% do PIB, elevando-se 0,02 p.p. do PIB em relação a julho. O resultado nominal, que inclui o superávit primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 22,3 bilhões em agosto. No ano, o déficit nominal alcançou R$ 109,3 bilhões, elevando-se R$ 36 bilhões em relação ao mesmo período de 2012. Em doze meses, o déficit nominal atingiu R$ 144,9 bilhões, 3,12% do PIB, elevando-se 0,11 p.p. do PIB em relação ao observado em julho.

Dívida mobiliária federal

A dívida mobiliária federal, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$ 1.895,8 bilhões (40,8% do PIB) em agosto, registrando acréscimo de R$ 31,5 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$ 16,3 bilhões, acréscimo de R$ 0,4 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$ 14,8 bilhões.

Destacaram-se as emissões líquidas de R$ 12,9 bilhões em LTN, de R$ 9,7 bilhões em LFT e de R$ 2,4 bilhões em NTN-F; e os resgates de R$ 7,8 bilhões em NTN-B e de R$ 0,4 bilhão em NTN-A.

A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a julho: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,5%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 16,7% para 17,2%, devido a emissões de LFT; a dos títulos prefixados evoluiu de 28,4% para 29,3%, em função das emissões líquidos de LTN; e a dos indexados a índices de preços caiu de 26,9% para 26,8%. A participação das operações compromissadas passou de 27% para 25,8%, em razão de compras líquidas de R$ 34,2 bilhões.

Em agosto, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$ 90,4 bilhões, 4,8% do total, com vencimento em 2013; R$ 391,6 bilhões, 20,7% do total, com vencimento em 2014; e R$ 1.413,8 bilhões, 74,6% do total, vencendo a partir de janeiro de 2015.

No final de agosto a exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$ 102,7 bilhões. O resultado dessas operações (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi desfavorável ao Banco Central em R$ 2,4 bilhões, no mês.

Dívida líquida do setor público

A dívida líquida do setor público alcançou R$ 1.573,1 bilhões em agosto, 33,8% do PIB, reduzindo-se 0,3 p.p. em relação ao mês anterior. O principal fator determinante dessa redução foi a depreciação cambial de 3,6% no período, que respondeu por diminuição de R$ 26,4 bilhões no estoque da DLSP.

No ano, a relação DLSP/PIB registrou redução equivalente a 1,4 p.p. Contribuíram para essa queda a desvalorização cambial de 16,1% acumulada no ano, com 2,3 p.p; o crescimento do PIB corrente, com 1,9 p.p.; e o superavit primário, com 1,2 p.p. Em sentido contrário, os juros nominais apropriados contribuíram para elevar a relação em 3,5 p.p.; e o ajuste de paridade da cesta de moedas que compõe a dívida externa líquida, em 0,4 p.p.

A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$ 2.749,3 bilhões em agosto, 59,1% do PIB, reduzindo-se 0,3 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

Fonte: Jornal do Brasil

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