Indústria ainda aguarda lista para acordo UE-Mercosul

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A lista fechada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para ser negociada no acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia não chegou às mãos de setores envolvidos no processo. Empresários, no entanto, afirmam que ela não deve diferir muito do que os europeus pediram. Isto é, a eliminação das tarifas de importação para 90% do comércio.

Está previsto para o início de dezembro uma reunião para a apresentação das propostas em conjunto pelos dois blocos. De acordo com Mario Marconini, diretor de negociações internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor de equipamentos médicos deve ter sido o responsável por um possível recuo dos 90% de produtos incluídos na lista.

"Não há uma exigência de que tenha que ser só essa porcentagem. Esse é um desejo dos europeus, mas estamos fazendo um grande esforço por parte da indústria para chegar próximo a essa porcentagem. Estamos há dez anos tentando negociar esse acordo. Além do mais, precisamos ver também a proposta deles", afirma. Marconini ressalta ainda que, uma vez que o governo feche oficialmente a lista e comunique os setores, ainda terá que ser feito um arranjo com os outros países do Mercosul antes do encontro de dezembro. "Chegamos a um número próximo aos 90%. A porcentagem exata ainda não nos foi informada, mas não vai se distanciar muito disso", diz.

Sem requerer proteção alguma, os fabricantes de calçados, no entanto, estão descrentes de que o Mercosul apresente uma lista conjunta em dezembro. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) é favorável ao fim de alíquotas de importação para toda a cadeia calçadista entre os dois blocos. "Mas desde que se observem as regras de preferência, como a origem e o conteúdo local. Ainda estamos aguardando resposta", afirma Heitor Klein, presidente da associação.

Ano passado, as exportações de calçados à UE caíram 37% ante 2011 e somaram US$ 215 milhões. Um acordo seria importante para o setor, já que no ano que vem o Brasil sai do sistema geral de preferência europeu, que taxa em 9% o calçado brasileiro, ante média de 17% para outros países.

A Argentina, que desde o início do ano passado vem restringindo o fluxo de calçados brasileiros, é contrária ao acordo, o que fomenta o ceticismo de Klein. "Não tenho esperança de que as negociações prosperem. Mesmo se os argentinos aceitarem, vão criar uma série de barreiras depois", diz.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) também afirmou que não foi informada da porcentagem de seus produtos que foi incluída pelo governo na lista de negociação. O setor diz esperar uma resposta oficial para tecer qualquer comentário.

Na semana passada, o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, apurou que a oferta brasileira estava pronta para ser submetida à aprovação da Câmara de Comércio Exterior (Camex), em meados de setembro, mas a decisão foi adiada devido à intervenção do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A oferta cobre 87% das importações originárias do bloco europeu.


Fonte: Valor Econômico

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