Hidrovia vai escoar parte da safra

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Miritituba é um distrito do município de Itaituba, uma das muitas cidades surgidas às margens da Transamazônica. Alimentada pelos inúmeros garimpos de ouro na região do Rio Tapajós, a antiga agrovila fica no extremo oeste do Pará, às margens do rio que poderá se torna a maior hidrovia do País, uma espécie de Mississipi brasileiro.

Pois nessa esquina do Norte do Brasil, conectada ao mundo pelas Rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, surge a grande novidade para o agronegócio exportador. Essa é a primeira rota de exportação de grãos no Brasil depois de anos.

Por ela passarão 3 milhões de toneladas, uma fração de apenas 10% de toda a expansão da produção das últimas cinco safras. E pouco, mas é uma esperança para produtores que têm visto a renda ser corroída pelo custo da ineficiência Logística no escoamento da safra. A Logística sobre caminhões, em Rodovias estreitas e mal conservadas, elevou o custo do frete a níveis históricos, acima de US$ 140 por tonelada. Miritituba é o primeiro corredor de exportação que liga, em linha reta, o Centro-Oeste até o Amazonas, cortando a BR-163 sentido norte até a Hidrovia do Tapajós. A rota se junta ao corredor Porto Velho (RO), que conecta a BR-364 à Hidrovia do Rio Madeira, além de outra saída, ainda modesta mas promissora, pelo Porto de Itaqui (MA), alcançado pela rota Colinas-TO, Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás, da Vale.

De acordo com Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, a nova rota dará um pequeno alívio às vias de acesso ao Porto de Santos na próxima safra. "A produção em Mato Grosso passará de 45 milhões para 49 milhões de toneladas. Esses 4 milhões adicionais sairão pelo Norte. Mas a previsão é que os portos do Sul e Sudeste ainda recebam 33 milhões de toneladas, o mesmo que o ano passado", afirma.

O caos nas Baixada Santis-ta não afeta apenas a Logística da safra. A Logística industrial também depende do transporte rodoviário e sofre com a precariedade da Infraestrutura. Para cada RS 100 gasto por uma indústria exportadora, RS 18 são custos para tirar o produto da fábrica e levá-lo a um Porto, segundo a Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Para José Augusto de Castro, diretor-presidente da associação, a precariedade da Infraestrutura de Logística e transporte é um obstáculo tão grande ou maior que a Carga Tributária e a burocracia.

Segundo a AEB, o Brasil é a sexta economia do mundo, mas apenas o 22.0 exportador no ranking da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Somos um exportador de peso, sem peso", ironiza Castro.


Fonte: Valor Econômico

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