Banco de Abu Dhabi recebe licença para atuar no Brasil

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Desde o último dia 2 o National Bank of Abu Dhabi (NBAD) pode operar no Brasil e não irá perder tempo. É o que afirma a gerente regional para a América Latina do banco, Angela Martins. A proposta da instituição no Brasil é financiar projetos que envolvam importação e exportação de produtos brasileiros a partir da sua sede regional, em São Paulo. O NBAD escolheu apoiar projetos no exterior de três bancos e dez empresas do setor de agronegócio, petróleo e energia e alimentos.

A instituição financeira pediu em fevereiro, ao Banco Central, autorização para operar no Brasil. A autoridade monetária concedeu a permissão quase oito meses após a solicitação, período que Martins considera um "recorde". Geralmente, diz ela, o BC demora um ano para liberar a atuação de uma nova instituição financeira no País.

"Agora vamos operar. Temos um novo CEO global (Alex Thursby, desde julho) que deseja que o NBAD seja cada vez mais global e que o banco faça negócios de toda a natureza. Facilitaremos as operações de exportação e importação em todos os países. Mas temos ênfase no corredor entre África, Oriente Médio e Ásia", disse Martins. Entre as operações que o NBAD faz, está, por exemplo, o financiamento de um projeto de exportação de uma empresa brasileira ou de um importador que deseja comprar produtos brasileiros. Os projetos das empresas não precisam, necessariamente, passar pelo Oriente Médio.

Segundo Martins, as companhias com as quais o NBAD irá operar são "puro-sangue" brasileiras que desejam obter uma participação cada vez maior no exterior. Além dos países árabes, diz a executiva, há um grande interesse dos brasileiros por fazer negócios em países asiáticos.

"As maiores empresas brasileiras sabem da importância de ter atuação internacional. Mesmo que obtenham entre 60% e 70% do seu faturamento aqui, elas apostam no exterior para compensar eventuais perdas no País. Independentemente da demanda interna, as exportações têm sua participação garantida na receita delas", disse a executiva.

O escritório do NBAD em São Paulo atenderá toda a América Latina, mas a prioridade neste momento são os negócios de Brasil, Peru e Chile, os principais parceiros da região com o Oriente Médio. A partir de 2015, o banco irá priorizar também as relações com Colômbia e México. "Não temos restrição de capital, queremos suprir necessidade das empresas. Somos capitalizados, temos um acionista forte e somos capazes de injetar (recursos nas empresas)".

A lenta recuperação da economia global após a crise de 2008 e as dúvidas em torno da economia brasileira não afetam os planos do NBAD. "No curto prazo, o cenário é desafiador. Mas nosso investimento não é de curto prazo e para nós o Brasil tem uma importância econômica muito relevante. Não apenas porque é uma das maiores economias do mundo, mas porque o Brasil é um grande produtor e exportador de alimentos.

Acreditamos que quando a situação econômica global estiver boa de novo, será um problema (com relação aos preços). O Brasil tem uma população estável, um excedente de produção de alimentos. No longo prazo, é o lugar em que precisamos estar", disse.

Ela afirmou, porém, que os gargalos de infraestrutura de portos, rodovias, ferrovias, armazéns, a demora em liberar cargas e o transporte fluvial continuam a ser os maiores problemas do exportador brasileiro.

Fonte: Aduaneiras

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