Copersucar declara força maior para exportadores independentes

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A maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, a Copersucar, declarou força maior para alguns exportadores de açúcar independentes com contratos de envio no terminal do Porto de Santos, atingido por incêndio na sexta-feira, disseram fontes do setor.

Duas fontes em comercializadoras internacionais de açúcar disseram na terça-feira que a Copersucar emitiu avisos de força maior para exportadores independentes que têm capacidade contratada em seu terminal, incluindo a Bunge.

Um representante local da trading de commodities Louis Dreyfus confirmou mais cedo relatos do mercado de que ela havia recebido uma notificação de força maior da Copersucar. O porta-voz José Osse disse, entretanto, que a medida não envolvia a BioSev, unidade local da Louis Dreyfus, que opera independentemente e que tem terminal com a Cargill. Operadores correram para cobrir posições após a notícia do incêndio no terminal da Copersucar e o mercado começou a questionar a empresa sobre como ela entregaria o volume que vendeu no início do mês para Louis Dreyfus contra o vencimento do contrato outubro bolsa de Nova York.

Força maior é um termo jurídico que refere-se a eventos catastróficos imprevistos que livram a empresa de obrigações devido ao impedimento de honrar o seu contrato.

Representantes da Bunge disseram que estavam avaliando uma resposta para os pedidos da Reuters feitos na terça-feira, solicitando comentários. Um executivo da Copersucar em São Paulo negou-se a comentar, em evento na noite de terça-feira, qualquer possibilidade de cancelamento de contratos.

O presidente-executivo da Copersucar, Paulo Roberto de Souza, no entanto, deu alguns detalhes sobre o estado do terminal, onde a empresa havia dobrado a capacidade em junho para 10 milhões de toneladas por ano, antes do incêndio.

"Nós pudemos entrar pela primeira vez no domingo e posso dizer que os carregadores e equipamentos de carregamento estão ilesos, o que é uma boa notícia", disse Souza.

A Copersucar perdeu 180 mil toneladas de açúcar no incêndio que destruiu armazéns da empresa na sexta-feira, ou 10 por cento da exportação mensal do Brasil. Como há um superávit de açúcar no mercado global, a destruição dos cinco armazéns é mais problemática para a empresa do que para os importadores.

Executivos da Copersucar disseram na noite de terça-feira que a empresa estava trabalhando 24 horas por dia para retomar as operações.

Um gerente de vendas de uma importante trading disse que a Copersucar tem contratos para transportar 1 milhão de toneladas de açúcar bruto até dezembro, o que ele não acredita ser possível, dada a reduzida capacidade de exportação.

No entanto, a maior parte dos operadores avalia que o grande desafio da Copersucar será no ano que vem. Muitos representantes da indústria não acreditam que a empresa conseguirá retomar a maior parte de sua capacidade de exportação até o pico da próxima safra, em junho.

Fonte: Reuters

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