Brasil envia menos minério aos árabes
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- 04/11/13
Apesar do Brasil ter aumentado em 3,04% os embarques internacionais de minérios, os envios para o mercado árabe recuaram 6,24% de janeiro a setembro de 2012 sobre o mesmo período deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
As vendas para o mundo somaram 242,4 milhões de toneladas e para as nações árabes ficaram em 15,3 milhões de toneladas. Em receita ocorreu movimento similar no período, com aumento de 1,58% no faturamento obtido com as exportações totais, de US$ 24,8 bilhões, e recuo de 11,06% para os árabes, com US$ 1,6 bilhão.
De acordo com o economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Paulo Roberto Santos Casaca, esse movimento de recuo normalmente está ligado à desaceleração da produção nas siderúrgicas. O minério é utilizado para fazer produtos como ferro e aço, utilizados na indústria automobilística, de construção, entre outras. O país árabe que importou maior volume de minério do Brasil nos nove primeiros meses deste ano foi Omã, mas as vendas para lá cresceram 3%. O segundo maior comprador foi o Egito, com queda de 5%, o terceiro foi Bahrein, com recuo de 48%, o quarto foi Emirados, com volume de importações 19,4% menor, e o quinto foi a Líbia, com aumento de 176%.
Tanto nos envios para o mundo árabe como para as demais nações como um todo, as exportações em volume foram maiores do que a receita obtida, sinalizando queda de preços. Casaca lembra que em meados de fevereiro deste ano, o preço do minério de ferro era de US$ 150 a tonelada no mercado spot (secundário), mas caiu para US$ 114 em junho, e na quarta-feira da última semana (30) a tonelada estava cotada a US$ 131.
O movimento dos preços da commodity está muito ligado à demanda da China, que é o grande mercado mundial para o produto. Com a recuperação da economia chinesa no segundo semestre deste ano, em função do resultado acima do esperado no terceiro trimestre, os valores do minério começam a aumentar. No caso do estado de Minas Gerais, grande produtor do minério, 64% das suas exportações do produto vão para a China.
O Brasil ainda enfrentou problemas na extração da commodity em função de chuvas em excesso no segundo trimestre do ano, segundo Casaca. Se não fosse isso, a pressão para recuo dos preços poderia ter sido ainda maior na primeira parte deste ano.
Em setembro a exportação de minério começou a se acelerar. Houve um crescimento maior tanto nos embarques em geral como para os países árabes. As vendas brasileiras como um todo cresceram 6,17% em volume e 14,4% em receita, com 29,8 milhões de toneladas e US$ 2,9 bilhões, respectivamente. As exportações para o mundo árabe avançaram 28% em volume para 2,3 milhões de toneladas e 55% em faturamento para US$ 257,6 milhões de toneladas. O aumento foi impulsionado por compras da Líbia.
Fonte: Aduaneiras