Frigoríficos privilegiam exterior, e preço da carne sobe
- Detalhes
- 14/11/13
Estimulados pela valorização do dólar, os principais frigoríficos brasileiros privilegiaram as exportações no terceiro trimestre, em detrimento do mercado interno.
O resultado foi uma melhora no balanço operacional, mas também preços mais altos ao consumidor. Em outubro, a carne foi apontada como um dos vilões da inflação.
"Com a alta na demanda externa, houve maior equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno", disse Sergio Rial, principal executivo do grupo Marfrig.
As exportações de carne "in natura" da Marfrig, que representa cerca de 13% do total vendido pelo Brasil, subiram 60% em relação ao segundo trimestre deste ano. Com o direcionamento de mais carne para o exterior, o volume de vendas no mercado interno caiu 6%. Ao mesmo tempo, os preços no país aumentaram 13%.
No Minerva, terceiro maior frigorífico do país, as exportações de carne "in natura" cresceram 40% ante o terceiro trimestre de 2012.
"O Brasil ganha competitividade não só pelo câmbio mas também pelo modelo de produção, menos dependente do preço dos grãos, e pela menor oferta dos rivais externos", diz Fernando de Queiroz, presidente do Minerva.
A JBS, líder em abate no país, registrou um aumento de R$ 24 bilhões na receita total, alta de 25% ante o terceiro trimestre de 2012. As exportações da divisão Mercosul subiram 28%.
Segundo a empresa, o desempenho foi "parcialmente influenciado pela desvalorização de 9% do real em relação ao dólar ante o terceiro trimestre de 2012".
Mas, se por um lado o câmbio favoreceu o resultado operacional, por outro ele causou mais despesas financeiras aos frigoríficos, influenciando a linha final do balanço.
O Marfrig continuou apresentando prejuízo, de R$ 194 milhões no trimestre, e o Minerva lucrou R$ 1,4 milhão, queda de 93% ante o segundo trimestre de 2012. Já a JBS viu o seu lucro cair 35%, para R$ 219 milhões.
Fonte: Folha de São Paulo