Região é a nova fronteira agroindustrial brasileira
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- 09/12/13
Entre 2002 e 2011, o PIB da região foi o que mais cresceu no País, registrando um avanço de 22%. Esse novo cenário de progresso vem sendo possibilitado por uma série de projetos de desenvolvimento que faz do Norte o caminho natural da ocupação territorial da nova fronteira agroindustrial brasileira.
"O que seduz o investimento em projetos agropecuários de grande porte é a terra barata, as boas condições climáticas, a Infraestrutura e a existência devariedades adaptáveis de cultivo", afirma Mauro Lopes, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ).
Para ele, três Rodovias detêm um papel fundamental na aceleração deste processo: a BR-163, que vai de Cuiabá(MT) a Santarém (PA) e tem um trecho em obras de pavimentação; a BR-364, que escoa a Soja a partir de Cuiabá (MT) até o Porto fluvial de Porto Velho (RO); e a BR-317, que cruz ao Acre passando pela capital Rio Branco até Assis Brasil, na fronteira com o Peru. "Não existe nada tão promissor como a abertura da BR-317. Ela desempenhará o mesmo papel das BRs 163 e 364 e será uma via de grande ocupação territorial do Brasil através da Soja e do Milho", afirma.
A melhoria nas condições logísticas do Norte acarreta um desenvolvimento inédito para os Estados da região. Como grande exportador do minério de ferro, o Pará terá um chance de alavancar sua Agricultura, tal qual já ocorre com Rondônia, Estado que recebeu o avanço da fronteira Agrícola e é produtor expressivo da pecuária bovina, além de estar plantando Soja e Milho e experimentando a integração Lavoura-pecuária-silvi-cultura.
Assim como esses Estados, o Amazonas vem se destacando na região e se beneficia de sua indústria de transformação. Acre, Amapá e Roraima têm os menores PIBs, mas os dois últimos Estados têm as maiores taxas de crescimento populacional do País. Tocantins tem um setor industrial ligado fortemente à produção Agrícola e está em processo de expansão das lavouras de Soja.
Esforços. Se por um lado há melhorias, é preciso reconhecer que uma mudança efetiva ainda demanda mais esforços.
"A concentração brasileira é histórica e a desconcentração é lenta e gradual", diz Frederico Cunha,gerente de contas regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), observando que cinco Estados brasileiros ainda detêm quase dois terços da economia.
"Será bom para o País que os outros 22 Estados continuem conquistando mais espaço na economia brasileira. Isso se dá em uma parte da indústria por conta de incentivos fiscais e uma boa parte desses estados já usufruem de programas sociais que vem se desenvolvendo no Brasil", afirma Cunha.
Mesmo com sinais de uma expansão em progresso, o Norte carece de uma atenção para que seu ímpeto inicial de ascensão não seja arrefecido.
No atual ritmo de crescimento médio de 3,5% ao ano, o PIB per capita da Região Norte,hoje de R$ 13.888, levaria mais de 14 anos para alcançar uma proporção de 75% do PIB per capita nacional, de R$ 21.535.
É o que calcula o coordenador de estudos regionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Guilherme Mendes Resende.
"É necessário atuar em várias frentes para o aumento da produtividade do Norte, qualificando a mão de obra, melhorando a Infraestrutura física e social, e tendo uma legislação que destrave os investimos na região", afirma.
Segundo o pesquisador, o desenvolvimento das atividades produtivas na região é impacta-do negativamente por vários fatores, como questões ambientais restritivas,deficiência Logística, atraso tecnológico, falta de crédito e falta de assistência técnica. "No geral, constata-se a baixa produtividade atual da maioria das cadeias produtivas da região."
Fonte: Portal do Agronegócio