Brasil terá 4º ano seguido de crescimento abaixo da América Latina, prevê Cepal

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O Brasil deverá crescer em 2014, pelo quarto ano consecutivo, menos do que a média da América Latina, segundo projeções divulgadas nesta quarta-feira pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).

De acordo com um relatório do órgão, intitulado Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe, a economia brasileira deve crescer 2,6% no ano que vem, enquanto que a América Latina e o Caribe devem ter um crescimento médio estimado em 3,2%.

América Latina

Em 2010, o último ano em que o Brasil superou a média latino-americana e caribenha, o país cresceu 7,5%, enquanto a região fechou o período avançando 5,9% (de acordo com a própria Cepal).

Os dados fazem parte do relatório Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe e foram divulgados à imprensa na sede do organismo em Santiago, no Chile. O Brasil também já havia fica abaixo da média de crescimento esperado para os países emergentes em uma projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgada em outubro: A previsão para o PIB brasileiro em 2013 foi mantida pelo fundo em 2,5%, mas com recuo de 0,7 ponto percentual no próximo ano.

Já o último boletim Focus, do Banco Central, diz que a economia brasileira deverá avançar 2,13% em 2014 e 2,5% neste ano.

Um comunicado da Cepal com conclusões do relatório prevê que as economias que mais deverão ser crescer no ano que vem serão Panamá, com 7%, e Bolívia e Peru, com 5,5%.

"O cenário da economia mundial em 2014 acarreta para a América Latina e para o Caribe oportunidades e ameaças", afirmou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, ao apresentar o relatório.

Segundo ela, entre as "oportunidades" estão o "aumento no comércio internacional e a possibilidade de aproveitar as desvalorizações cambiais" que estão ocorrendo para garantir, disse, "mudanças sustentadas dos preços relativos".

Entre as ameaças que a região deverá enfrentar, disse Bárcena, encontram-se a "persistente volatilidade na economia global e um maior custo do financiamento externo, assim como uma menor contribuição do consumo ao crescimento do PIB e uma deterioração da conta corrente regional".

A Cepal afirma que espera-se para 2014 um cenário externo "moderadamente mais favorável" do que em 2013, que "contribua para aumentar a demanda externa e, portanto, as exportações da região".

A organização diz ainda que o consumo privado continuará se expandindo no ano que vem, ainda que a taxas mais baixas do que em períodos anteriores, enquanto se mantém o desafio de aumentar o investimento na região.
Juros

Segundo a Cepal, em 2013, ocorreu um panorama de menor inflação, de desaceleração do crescimento econômico e de instabilidade financeira, quando vários países da região aplicaram políticas "contracíclicas direcionadas a sustentar a demanda interna e a enfrentar a volatilidade financeira internacional".

O Brasil, porém, foi a "exceção" na região na política de redução das taxas de juros, diz o comunicado.

Sem fazer referência específica a algum país, no comunicado informa-se também que a instabilidade financeira provocou menor acumulação de reservas internacionais e alguns países implementaram medidas para evitar maiores flutuações cambiais.

Este ano, a Argentina, por exemplo, registrou forte queda no seu nível de reservas internacionais.

Fonte: BBC Brasil

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