Grupo de investimento suspende planos no Brasil após queda do real

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A crise do real brasileiro contribuiu para a queda de 20% no valor dos ativos adquiridos no Brasil nos últimos 25 meses pelo 3i Group, uma companhia de investimento de capital privado sediada em Londres, e levou a empresa a abandonar os planos de criar um substancial fundo de investimento no país.

Julia Wilson, diretora financeira do 3i, afirmou que o valor dos dois investimentos que a companhia tem no Brasil havia caído dos cerca de 43 milhões de libras gastos para adquiri-los a apenas 34 milhões de libras.

Ela atribui a maior parte da culpa pela queda a flutuações cambiais e disse que o valor do investimento em moeda brasileira "continuava em geral firme"'. O real caiu de valor de R$ 1,78 por dólar em 2011 para cerca de R$ 2,42 hoje.

TEMPESTUOSO

Wilson disse que o clima para o investimento no Brasil provou ser "muito mais tempestuoso do que imaginávamos", e mencionou as inquietações do ano passado, quando centenas de milhares de contribuintes protestaram contra os serviços públicos ineficientes, como fator que pesou para a decisão da 3i de não levar adiante seus planos para um fundo brasileiro.

"Os dois investimentos que temos no Brasil são bons investimentos, selecionados cuidadosamente", ela disse. "Mas temos de pensar cuidadosamente sobre o futuro. Boa parte das questões brasileiras foram bastante discutidas ao longo dos últimos 12 meses. Não se trata de uma decisão que tenhamos tomado do dia para a noite".

Ela disse que quando o 3i fez seu primeiro investimento no Brasil, em 2011, planejava realizar duas ou três transações ao ano.

"Realizamos duas transações em três anos, que não é o fluxo que antecipávamos ver", disse Wilson.

RITMO LENTO

Ela atribuiu a culpa pelo ritmo lento de investimento às exigências da pesquisa aprofundada sobre oportunidades de investimento conduzidas pela 3i, em contraste com oportunidades de investimento que são leiloadas para mais de um investidor.

Em 2012, o grupo de investimento anunciou que desejava lançar um fundo com foco no Brasil. Mas em seu comunicado executivo de ontem, o 3i anunciou que não realizaria novos investimentos na região e nem levaria adiante os planos para criar um fundo.

Em lugar disso, se concentraria em seus investimentos existentes - a operadora de cabos Blue Interactive e a rede de lojas Óticas Carol -, e ao mesmo tempo reduziria seus recursos na região.

As participações da 3i nas duas empresas foram adquiridas em dezembro de 2011 e março de 2013, respectivamente.

O recuo surge em maio a temores mais amplos quanto aos mercados emergentes.

O 3i anunciou que no trimestre encerrado em 31 de dezembro recebeu 29 milhões de libras com a venda de ativos e investiu 247 milhões de ativos na compra de participações acionárias - entre as quais transações envolvendo participação na Scandline, operadora de balsas no Mar Báltico, e na Basic-fit, uma operadora europeia de academias de ginástica de baixo preço.

As ações do 3i subiram em 0,6%, para 378,3 pence.

Fonte: Folha de São Paulo

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