Balança inicia fevereiro com déficit de US$ 1,7 bilhão, diz governo
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- 10/02/14
A balança comercial continuou a registrar déficit, ou seja, importações maiores do que as exportações, no início de fevereiro, quando o saldo negativo atingiu a marca de US$ 1,7 bilhão, segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgados nesta segunda-feira (10).
O déficit registrado na primeira semana deste mês é o pior resultado semanal desde a terceira semana de abril de 2013 - quando foi apurado um saldo negativo de US$ 2,27 bilhões nas transações do Brasil com o exterior. O valor amplia a série de números desfavoráveis que a balança comercial vem acumulando recentemente. Em 2013, o saldo anual foi o pior em 13 anos. Já o mês de janeiro deste ano registrou o maior déficit mensal da história. Parcial de 2014
Com o forte déficit comercial registrado na última semana, o resultado acumulado deste ano ficou negativo em US$ 5,76 bilhões, ainda segundo números oficiais.
Na parcial de 2014, as exportações somaram US$ 19,28 bilhões, com média diária de US$ 714 milhões, uma queda de 1,8% na comparação com igual período do ano passado. As importações totalizaram US$ 25,04 bilhões, o equivalente a US$ 927 milhões em média por dia útil, aumento de 1,9% sobre o mesmo período de 2013.
Resultado do ano passado
Em todo o ano passado, a balança comercial brasileira registrou superávit (exportações menos importações) de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000 – quando houve déficit de US$ 731 milhões.
De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.
Os dados oficiais mostram, porém, que o saldo comercial do ano passado só foi positivo por conta da "exportação" de plataformas de petróleo que, na realidade, nunca deixaram o Brasil. Essas operações somaram US$ 7,73 bilhões em 2013.
As plataformas foram compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias (empresas que têm o capital de outras) no exterior de companhias como a Petrobras e, depois, "internalizadas" no país como se estivessem sendo "alugadas", mesmo sem saírem fisicamente do Brasil. Com isso, as empresas do setor recolhem menos tributos.
Expectativa para 2014
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 8 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
O BC, por sua vez, estima um saldo comercial positivo de US$ 10 bilhões para 2014, com exportações em US$ 255 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 245 bilhões.
Segundo economistas, o melhor desempenho da economia mundial, conjugado com a alta do dólar, em comparação com o preço médio de 2013, tende a impulsionar as exportações brasileiras neste ano e a frear um pouco o ímpeto das compras no exterior.
Fonte: G1