Classe C brasileira representa 18° maior mercado consumidor do mundo
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- 18/02/14
Com 108 milhões de pessoas e responsável por um gasto total de R$ 1,17 trilhão e 58% do crédito concedido no país ano passado, a classe C brasileira representa sozinha o 18º maior mercado consumidor do mundo. Assim, se fosse um país, o grupo faria parte do G-20, que reúne as 20 maiores nações mais ricas do mundo e seria o 12º mais populoso do planeta, mostra a pesquisa "As faces da Classe Média", realizada pelo Instituto Data Popular e pela empresa Serasa Experian.
De acordo com o estudo, só este ano, o grupo deve consumir 8,5 milhões de viagens nacionais, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras e 4,5 milhões de tablets. São números que, na visão de presidente do Data Popular, Renato Meirelles, fazem com que a classe C tenha deixado de ser um segmento para se tornar o principal mercado consumidor do país.
O grupo, que tem renda entre per capita entre R$ 320 e R$ 1120 e representa 54% da população da Brasil está concentrado principalmente na Região Sudeste, com 43%, seguida do nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%). AS projeções da pesquisa são de a Classe C vá continuar crescendo e chegue a 2023 como uma parcela de 58% da população do país, ou 125 milhões de pessoas. Classe média foi dividida em quatro subgrupos
O principal objetivo da pesquisa foi dividir esse grande grupo de consumidores em segmentos para facilitar as ações de marketing das empresas. Assim, analisando 400 variáveis pelo período de um ano, os pesquisadores dividiram a classe média brasileira em quatro subgrupos: promissores, batalhadores, experientes e empreendedores.
O grupo dos promissores é formado pelos mais jovens, com idade média de 22,2 anos. São 19% da classe média, 95% são solteiros, 59% têm ensino médio completo, 57% trabalham com carteira assinada e 72% acessam a internet. Mas o que chama atenção no grupo é a crença que o crédito é uma forma de melhorar as condições de vida, junto com a informação de que mais da metade deles (51%) já passou por descontrole financeiro.
Os batalhadores têm em média 40,4anos e são a maioria do grupo (39%) e, por isso, é que destina a maior verba para consumo: R$ 388,9 bilhões. Fazem largo uso do crédito a que tem acesso, focando nas prioridades, geralmente vinculadas ao bem-estar familiar. O acesso ao crédito é uma alternativa para os momentos de aperto financeiro e foi fundamental para assegurar importantes conquistas, como a compra ou a reforma da casa.
Quase metade deles (48%) tem apenas o ensino fundamental e o estudo é visto como oportunidade de ascensão profissional e o emprego, caminho para estabilidade e realização dos sonhos. Menos da metade, 49% tem carteira assinada, e 47% acessam a internet.
O grupo de experientes é formado por 20,5 milhões de pessoas, 26% da classe média, com consumidores com idade média de 65,8 anos. Entre eles, 41% são viúvos, 36% de autônomos e apenas 7% com acesso regular à internet. Do total, 59% têm ensino fundamental completo e 31% não têm instrução. O destaque da pesquisa é o momento pós-aposentadoria, visto por eles como sinônimo de depressão e preconceito por parte dos mais jovens. Muitos continuam no mercado de trabalho, em busca de uma vida ativa para preservar o seu padrão de consumo e seus maiores sonhos de consumo para este ano são viagem de avião dentro do país, móveis para casa, geladeira, máquina de lavar e TV (Plasma, LCD ou LED).
Os empreendedores representam 16 da classe média, com 11,6 milhões de pessoas e são mais escolarizados do que os demais. Cerca de 42% estão cursando ou já concluíram o ensino médio e, 19%, o ensino superior. Têm idade média de 43 anos, 60% acessam a internet, a idade média é de 43 anos e 43% deles têm carteira assinada. Seu diferencial é valorizar a liberdade e fazer do trabalho a união da necessidade do sustento com o gosto pela atividade. Sendo o grupo que apresenta maior renda per capita, seu consumo anual é de R$ 276 bilhões, com investimentos em educação, eletroeletrônicos, turismo internacional, tecnologia, veículos e entretenimento.
Fonte: O Globo