Em um esforço para atrair investidores, Brasil terá que cortar R$ 44 bilhões

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O Financial Times (FT), edição desta sexta-feira (21/2), publica que o Brasil se comprometeu a cortar R$ 44 bilhões nos gastos públicos como forma de reconquistar a confiança dos seus investidores. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desmarcou a sua viagem para a reunião do G20, na Austrália, neste fim de semana, para se dedicar à finalização da política fiscal brasileira e anunciou, na quinta-feira (20/1), a nova meta de superávit primário de 1,9%.

Para cumprir essa meta, o FT destaca que o Brasil terá que fazer o corte de R$ 44 bilhões, fazendo cortes radicais no Congresso. O jornal comenta que alguns especialistas "duvidam" que a presidente Dilma Rousseff será capaz de fazer essas mudanças em um ano eleitoral, mas a meta foi amplamente divulgada pela governo como "realista" e maior adaptação do que no passado.

A medida, segundo o FT, veio diante da ameaça de um rebaixamento iminente na classificação do país como emergente, que levou Rousseff a sofrer uma pressão para fazer o seu governo mais atrativo para os investidores. Informa que o Real foi reforçado em 0,6% em relação ao dólar, o que aconteceu após o anúncio. "Vai ser um desafio para entregar isso em um ambiente de menor crescimento, mas é mais viável do que entregar um grande excedente", disse Marcelo Salomon, economista do Barclays ao Financial Times. O texto diz que depois de impressionar os investidores globais com um crescimento de 7,5% em 2010, a economia do Brasil desacelerou rapidamente. Dados do Banco Central na semana passada indicaram que o país entrou em recessão no quarto trimestre do ano passado. No entanto, o governo continua a gastar como se aidna estivesse no ambiente do ano de 2010, segundo os economistas entrevistados pelo FT.

O jornal relembra que no ano passado, o Brasil não conseguiu cumprir a sua meta de superávit primário, apesar de ter sido revisto em baixa para 2,3%, de 3,1%. O governo também tem recorrido a métodos duvidosos para sobreviver ao longo dos últimos anos, incluindo "contabilidade criativa" e colocando pressão sobre as autoridades fiscais para liquidar multibilionário disputas back-fiscais.

Porém, o rating Standard & Poor colocou o Brasil em uma perspectiva negativa desde junho do ano passado e, com isso, o governo está sob pressão para melhorar a sua política fiscal. No mês passado, Dilma também participou do Fórum Econômico Mundial em Davos, pela primeira vez, em um esforço para cortejar líderes empresariais. Há dois anos, ela evitou o evento em favor de uma visita a Cuba. Alguns economistas permanecem céticos sobre a capacidade do Brasil cumprir a sua meta fiscal e reconquistar os investidores.

O objetivo primário do orçamento se baseia não só em cortes problemáticos para gastos discricionários, mas também é baseado em uma estimativa excessivamente otimista de 2,5% de crescimento este ano, segundo Tony Volpon, economista do Nomura.

Fonte: Jornal do Brasil

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