Rio de Janeiro tem metro quadrado mais caro do Brasil
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- 17/03/14
A Cidade Maravilhosa tem o metro quadrado mais valorizado do país, e também é a que registrou um dos maiores aumentos em 2013, com um acréscimo de 18%, atrás apenas de Fortaleza, com seus 20%. O valor do metro quadrado da capital cearense, todavia, custa a metade. Em outras cidades o aumento nos preços foi bem menor. Em São Paulo, acréscimo foi de 10%, enquanto Belo Horizonte registrou 5%, Brasília 1,4%, Recife, 2%, e Salvador, 10,7%.
As informações fazem parte de estudo do portal VivaReal, com base em buscas na internet e em 1,8 milhão de anúncios. Ele aponta que a ascenção da classe C é parcialmente responsável pelo crescimento do interesse no mercado imobiliário do Brasil. Segundo o IBGE, as classes D e E representavam 55% da população do país em 2006, mas em 2011 a maioria passou para a classe C, com um volume de 49%.
No Rio de Janeiro, por sua vez, a disparada nos preços foi incentivada, principamente, pela recepção de megaeventos. A Copa do Mundo, além de comprometer um alto volume dos cofres públicos, com projetos urbanos que devem favorecer mais o mercado imobiliário do que a população, ainda criou uma especulação imobiliária sem data de término. "Não é nenhuma surpresa o Rio de Janeiro ter o metro quadrado mais caro do país. Quanto à valorização, o Rio de Janeiro teve a segunda maior (18%) entre as 11 cidades avaliadas, atrás de Fortaleza (20%). É difícil afirmar diretamente os motivos desta valorização acima da média, mas alguns fatores podem explicar este cenário: a realização das Olimpíadas de 2016 na cidade e a pacificação de algumas comunidades que gerou valorização nos bairros próximos", comentou Rodrigo Iannuzzi, diretor de lançamentos do VivaReal.
Para Iannuzzi, a geografia do Rio de Janeiro também é um grande influenciador. A Zona Sul, onde estão os 10 bairros mais caros da cidade segundo o DMI-VivaReal, é delimitada por montanhas e pelo mar. Atualmente, explica, a região da cidade já está próxima de uma saturação, pois não há espaço físico para construção de novos imóveis. Como a demanda por imóveis na região tem aumentado e a oferta tem se mantido estagnada, os preços aumentaram.
O preço mediano por metro quadrado no Rio é de R$ 7.183, contra R$ 6.308 de São Paulo. O Rio ainda teve uma elevação maior nos preços que a capital paulista. A cidade com valor mais baixo entre as 11 cidades pesquisadas é Curitiba, com uma média de R$ 3.167 por metro quadrado, quase 2,3 vezes mens que o Rio de Janeiro.
De acordo com Rodrigo Iannuzzi, normalmente, o aumento dos preços é decorrente de uma variação da demanda maior do que uma variação da oferta, e não de uma comparação direta entre os valores absolutos de demanda e oferta.
Ele aponta que existem mais consumidores que acreditam em um aumento de preços no ano de 2014 (40%) do que aqueles que acreditam numa redução (24%). O mesmo cenário acontece com os profissionais do mercado imobiliário pesquisados - 48% acreditam em um aumento de preços enquanto 13% acreditam que os preços irão cair.
Apesar de ter o metro quadrado mais caro da cidade, o DMI VivaReal aponta o Leblon como o terceiro metro quadrado menos valorizado em 2013, atrás apenas de Vargem Pequena e Vargem Grande.
"Os dados mostram que Leblon (R$ 22.727/m2) e Ipanema (R$ 19.643/m2) são os dois bairros mais caros da cidade e também estão entre os dez que menos se valorizavam. Isso indica que estes bairros terão um crescimento de preço menor nos próximos anos do que outras regiões que ainda possuem margem para valorização, como é o caso de Cachambi que foi o bairro que mais se valorizou (24% de valorização - R$ 5.079/m2)", esclarece.
No caso dos aluguéis, o maior aumento foi visto por São Paulo, que tem um dos maiores preços (R$ 34) de aluguel, atrás apenas do Rio de Janeiro (R$ 39). O valor do aluguel mensal por m2 cresceu 8%. O valor, incusive, aumentou na mairia das cidades mas, no geral, eles caíram.
O estudo também mostrou que se uma pessoa aluga o mesmo imovel por um longo perído de tempo, o valor pago em aluguel em Santos, por exemplo, seria equivalente ao valor necessário para a compra de um imovel hoje. O tempo necessário varia de 14 a 20 anos na maioria das cidades, com exceção de Fortaleza, que exigiria 25 anos.
"O perfil de quem procura imóveis para locação é mais jovem, formado por solteiros e recém-casados, que não demandam muitos quartos. Isso pode ser visto no percentual de demanda por imóveis de 1 quarto para aluguel que é de 35% comparado com 9% para imóveis à venda. O perfil de quem procura imóveis para compra são mais famílias que demandam maior número de quartos e maior metragem", explicou.
Fonte: Jornal do Brasil