Brasil exporta mais arroz e já importa para mercado interno

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A balança comercial do arroz registrou superávit de 236.390 mil toneladas entre março de 2013 e fevereiro de 2014. Com este avanço nas exportações, produtores do Rio Grande do Sul já aumentaram a área disponível para plantio em busca de resultados ainda maiores neste ano.

Além disso, entidades do setor esperam expansão das vendas no exterior e, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), devem firmar futuros acordos comerciais com países como a China. Uma situação que obrigou o Brasil a importar 965 mil toneladas de arroz no ano passado para atender a demanda interna.

Um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que, de março de 2013 a fevereiro de 2014, o País produziu 12.515.700 toneladas de arroz. De acordo com o coordenador técnico da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz no Rio Grande do Sul, César Marques Pereira, a demanda para consumo interno gira em torno de 12 milhões de toneladas (t) e foram exportados 1.201.390 de t. "Por isso houve necessidade de importação de 965 mil toneladas para fechar a conta", explica Pereira. Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Osorio Dornelles, o Brasil é o 8º maior exportador mundial de arroz e a federação, em parceria com secretarias de relações internacionais e com o Mapa, tem firmado acordos sanitários com outros países para fomentar a venda internacional do produto.

"Temos nos destacado com uma sanidade do grão muito superior que a dos Estados Unidos e temos sistemas de armazenagem mais bem equipados que os da Tailândia e Vietnã - 3º e 2º maiores exportadores, respectivamente", afirma Dornelles.

O presidente diz que os compradores têm percebido esses diferenciais do produto brasileiro, além disso, " de acordo com a Anvisa, nosso arroz está livre de resíduos agrotóxicos. Isso é bom para a população brasileira e um belo marketing para o mercado internacional, principalmente para a Europa", diz. Pereira acrescenta que o preço da saca de 50kg próximo de US$ 15 também nos torna um mercado competitivo.

"Fatalmente teremos novos países compradores de arroz brasileiro. Inclusive estamos negociando com a China para futuros acordos comerciais", comenta o presidente da Federarroz.

De acordo com o presidente do Instituto Rio Grandense de Arroz, Cláudio Pereira, também houve um aumento na área destinada a plantio em 2014. "No ano passado plantamos 1,78 mil hectares. Nesse ano foram 1,115 hectares plantados", afirma.

Colheita

O presidente do Sindicato Rural de Itaqui e Maçambará, fronteira oeste do Rio Grande do Sul, e rizicultor, João Raul Borges, diz que já foram colhidos em torno de 75% de sua produção na safra 2013/2014, mas o excesso de chuvas localizadas atrasou a colheita de algumas regiões. "Tivemos um início com 8 mil kg/ha que agora deve cair para 7 mil kg/ha. Chegamos a ficar sete dias sem colher por conta da chuva", conta.

Segundo Borges, esperavam cerca de 8,5 milhões de toneladas de arroz no estado gaúcho, mas deve haver uma pequena quebra e revisão das estimativas para 8 milhões. "Estamos no preço de R$ 31,70 a R$ 32 e esperamos 10% de perda na colheita", avalia.

O diretor consultivo da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Gilberto Pileco, explica que "não é uma safra ótima, mas as perdas são pontuais e quebras de produção acontecem todos os anos e já são esperadas em todas as culturas". Para ele, o que pode acontecer é a manutenção dos preços e não uma pressão de baixa, que geralmente acontece em épocas de safra. Porém, Borges diz que o consumidor só deve sentir nos preços no segundo semestre.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

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