Em 2014 frango vivo segue trajetória oposta à da média histórica
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- 02/04/14
Considerados os valores mensais alcançados no interior paulista pelo frango vivo, observa-se que (média dos 17 anos decorridos entre 1997 e 2013) o produto inicia um novo exercício valendo perto de 5% mais que na média do ano anterior, experimenta ligeiro acréscimo no mês de fevereiro e, a seguir, entra um processo declinante de preços que só começa a reverter-se a partir do mês de junho. É o efeito, na avicultura, do período de "safra" do boi.
Em 2014 essa trajetória vem sendo oposta ao que se poderia denominar de "média histórica" (mais de 200 meses). Pois o frango vivo abriu o ano com um valor menor que a média do ano anterior, sofrendo baixa ainda maior em fevereiro. E, ao contrário do que seria normal, em março reverteu as duas baixas anteriores, voltando a superar (apenas ligeiramente) a média histórica do mês de março. Isso, naturalmente, é reflexo de maior equilíbrio na produção – de sua parte influenciada também pelas altas temperaturas do período. Mas o efeito maior vem, de novo, do boi, cuja "safra" em 2014 está sendo absolutamente atípica.
Devido, claro, à anormalidade das chuvas no Centro-Sul do País, mas sobretudo à redução dos investimentos no setor (de 2011 para 2013 o preço do boi gordo aumentou menos de 3%, desempenho que justifica o menor interesse na atividade).
Como a oferta de bois não é questão que se resolva no curto prazo (Independentemente das chuvas, é "coisa" para 2016 – prevêem alguns analistas), neste e nos próximos dois meses (isto é, no corrente trimestre) o frango vivo tende a manter trajetória oposta à da média histórica.
O desejável é que esse movimento opositor se extinga no primeiro semestre. Mas nada garante que se obtenham, a partir de julho, os resultados apontados pela média histórica, ocasião em que os preços do frango chegam a valorizar-se até mais de 20% em relação à média do ano anterior.
Não que tal índice seja inalcançável. Ao contrário. No ano passado o preço médio do frango vivo ficou em R$2,47/kg. Assim, valorização de 21,7% (índice apontado pela média histórica para o mês de dezembro) significa cotação em torno de R$3,00/kg, valor já obtido em 2012 e 2013.
A questão é que, não tendo ocorrido safra do boi, pode não haver entressafra. Ou seja: pode ser que, frente às condições econômicas do consumidor brasileiro, tanto o preço do boi como o do frango já alcançam ponto de relativa estabilização, difícil de ser superado no corrente exercício. Portanto, devagar com o andor...
Fonte: Avisite