Intenção para investir cai entre empresários ligados ao comércio

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A confiança do empresário do comércio caiu 1,5% em março na comparação com o mês anterior, registrando a quinta queda mensal consecutiva, já realizados os ajustes sazonais. O principal responsável pela retração ocorrida em março foi a intenção de investimentos (2,9%), sobretudo em relação à contratação de funcionários (5%). O resultado negativo desse item está associado à queda das expectativas para o setor nos próximos meses, em queda também desde novembro do ano passado.

As informações são do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) divulgado, ontem, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo observou o economista da CNC, Fábio Bentes, "com a economia ainda reagindo lentamente e o crédito mais caro tanto para o consumo quanto para a realização de investimentos, é natural que o empresário fique um pouco mais cauteloso". Além disso, o levantamento destaca a queda de 2,8% no otimismo com a economia e o setor. A avaliação das condições atuais, embora mais modesta, também mostrou redução de 0,3%. Em relação a março de 2013, o Icec voltou a registrar queda expressiva (8%), principalmente em decorrência da piora na avaliação das condições correntes da economia (queda de 16,9% em relação ao ano passado, o maior recuo do subíndice em oito meses).

PIOR NÍVEL

Por sua vez, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), se manteve no grau de insatisfação (abaixo dos 100 pontos) pelo segundo mês seguido. Apesar da queda mensal mais moderada em março (0,3%), a avaliação das condições correntes atingiu o nível mais baixo desde agosto de 2013 (87,1 pontos). Em termos anuais, ou seja, no comparativo com o nível de março de 2013, a queda registrada, de 10,6%, foi a maior, também, desde agosto do ano passado.

A queda no otimismo dos empresários do comércio, que teve início há quatro meses (0,5% em dezembro), ganhou força em março (2,8%). Nesse período, o componente que registra as expectativas em relação à economia tem se sobressaído, ao apresentar quedas mensais cada vez mais intensas (1,1% em dezembro, 1,6% em janeiro, 3,8% em fevereiro e 4,5% no mês de março). Embora a maioria absoluta (77,2%) dos entrevistados ainda aposte em melhora no cenário para os próximos meses, o percentual daqueles que esperam piora no cenário econômico alcançou 22,8% – maior percentual desde julho do ano passado (23%).

Dentre os nove componentes do Icec, a intenção de contratação foi, pela segunda vez consecutiva, o item que registrou a maior retração mensal (5,0% em março). Esse recuo pode estar associado à queda nas expectativas quanto ao desempenho do setor já identificadas pelo IEEC. Ainda assim, o percentual de empresários que mantêm planos de contratação se manteve relativamente elevado (69,1%), porém aqueles que estavam dispostos a admitir funcionários de forma mais intensiva recuaram de 16,3%, em janeiro, para 14,3% em março.

CONTRATAÇÕES

As regiões Norte e Centro-Oeste, identificadas como as mais otimistas em relação ao comportamento das vendas (164,4 e 153,4 pontos, respectivamente), seguem, naturalmente, como aquelas com os maiores índices de intenção de contratação (134,3 pontos e 125,9, respectivamente). Com a pequena aceleração do volume de vendas do varejo prevista pela CNC para 2014, a entidade projeta um avanço de 5,2% no número de trabalhadores formais no setor – portanto, mais que os 3,5% ocorridos no ano passado.

A região Nordeste aparece com a menor variação negativa mensal (1,9%) na intenção de contratação. Já com relação a março de 2013, a queda é maior (5,2%), mesmo índice registrado pela região Sul. Nesse aspecto, as demais regiões registraram quedas de 11% (Centro Oeste), 7,8% (Sudeste) e 3,9% (Norte).

Fonte: O Estado/CE

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