Produção industrial no Brasil recua 0,5% em março com investimentos
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- 07/05/14
O desempenho de março do setor foi influenciado sobretudo pelo segmento de Bens de Capital, medida de investimento, com recuo de 3,6 por cento ante fevereiro e de 8,4 por cento sobre o ano anterior. Nos primeiros três meses do ano, o setor já tem queda de 0,9 por cento quando comparado com o igual período de 2013.
"Bens de capital começou a mostrar volatilidade forte e é um sinal amarelo porque antecipa investimentos. Começa a preocupar ver queda dessa magnitude e estar negativo no acumulado do ano é um sinal ainda pior", disse a economista do banco ABC Brasil Mariana Hauer.
Entre os ramos de atividade, o IBGE informou ainda que 14 dos 24 pesquisados tiveram queda mensal em março, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,9 por cento) e máquinas e equipamentos (-5,3 por cento). De acordo com Macedo, do IBGE, o setor de veículos automotores ainda sofre com estoques elevados, paradas e férias coletivas devido à demanda menor.
A indústria brasileira vem passando por momentos difíceis, com altos e baixos, sem demonstrar recuperação mais consistente e refletindo na confiança.
O Índice de Confiança da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV) teve queda tanto em março quanto em abril. Já o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que a indústria voltou a encolher em abril, após quatro meses seguidos de expansão.
"O recente declínio da confiança empresarial, a queda no PMI para contração e os últimos acontecimentos na Argentina ampliam os riscos para um cenário já sem brilho à produção industrial em 2014", avaliou em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, lembrando os problemas de contração da atividade e restrições à importação no país vizinho.
Em 2013, segundo os dados revisados pelo IBGE, a indústria cresceu 2,3 por cento, ante 1,2 por cento divulgado anteriormente.
Na última pesquisa Focus do Banco Central, da semana passada, a expectativa de economistas é que a indústria tenha expansão de 1,21 por cento em 2014, abaixo da economia como um todo para o período, com crescimento de 1,63 por cento.
Fonte: Reuters