Para setor produtivo, país precisa investir R$ 1 tri em logística para ser competitivo

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O presidente da consultoria Instituto de Logística e Suplly Chain (Ilos), Paulo Fleury, afirmou nesta quinta-feira (8), em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, que se o Brasil quiser chegar a um nível de excelência em competitividade, necessita de um investimento em logística de R$ 1 trilhão. Segundo ele, a demanda por transporte (ferroviário, aquaviário, rodoviário e aéreo) cresceu à taxa de 7%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média 2%.

"Nos anos 70, o governo investia 1,85% do PIB em transportes. Hoje esse valor é apenas 0,29%. São dados preocupantes que prejudicam nossa competitividade", observou Fleury.

Ele ressaltou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi importante por dar prioridade em infraestrutura logística no País. No entanto, apesar de o governo disponibilizar mais de R$ 100 bilhões de recursos, as obras não andam. Para Fleury, os projetos são bons, mas a gestão é ruim.

O presidente do Ilos citou o exemplo da ferrovia Transnordestina. Segundo ele, não há previsão para o término das obras porque há problemas de desapropriações no traçado por onde passaria a ferrovia. Fleury afirmou que a promessa era de estar pronta há dois anos, e "por questões de gestão", o projeto está parado.

 

Ele também exemplificou que se os portos do Norte e Nordeste funcionassem bem, teriam capacidade de exportar 16% da soja produzida no Brasil, mas atualmente não chegam a 5%. "O potencial de ganho é enorme, falta competência para implementação", observou.

Investimentos

O diretor de revitalização e modernização portuária da Secretaria Especial dos Portos, Antônio Maurício Ferreira Netto, disse que o governo pretende realizar investimento em portos da ordem de R$ 54 bilhões até 2107. Segundo Ferreira Netto, após a aprovação da Lei dos Portos (Lei 12.815/13), já houve um investimento de R$ 8 bilhões no setor. "Em apenas cinco meses, muita coisa já mudou", ressaltou o diretor.

Segundo ele, o investimento em infraestrutura é condição necessária para o desenvolvimento do Brasil e continua sendo uma das prioridades do governo para redução dos custos logísticos, da garantia do escoamento da produção e melhoria da competitividade dos produtos nacionais. Ferreira Netto disse ainda que, hoje, a atividade portuária é crucial para o equilíbrio da balança comercial. Para ele, o governo tem focado no incremento do transporte de cargas para o escoamento da produção agrícola, promovendo a integração.

O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), Martin Aron, afirmou que o Brasil caiu 20 posições no ranking de logística, de acordo com relatório apresentado pelo Banco Mundial. Hoje, o País ocupa a 65ª posição, entre 159 países. O relatório leva em conta a percepção dos empresários em relação à eficiência da infraestrutura de transporte.

Aron ressaltou a importância do agronegócio para a economia do País, mas disse é ainda é necessário o investimento no setor de transporte para destravar os gargalos de infraestrutura. Segundo o presidente da ABTTC, o saldo da balança comercial do agronegócio foi de U$ 33 bilhões.

Ele ressaltou o aumento da conteinerização de grãos. Segundo Aron, a movimentação de contêineres com produtos, que antes eram exportados ou importados apenas a granel (soltos no porão do navio), aumentou quase 400%, garantindo maior conservação de produtos armazenados até a entrega em outros países.

Fonte: Agência Câmara Notícias

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