BNDES vai desembolsar R$ 16 bi para a exportação este ano
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- 21/05/14
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá desembolsar R$ 16 bilhões em operações de apoio à exportação este ano, com crescimento de 6% em relação aos R$ 15,1 bilhões de 2013.
Em dólares, porém, o banco trabalha com uma previsão de desembolsos de US$ 6,6 bilhões para a exportação em 2014, abaixo dos US$ 7,1 bilhões do ano passado. A diferença se explica pelo fato de o banco trabalhar com uma taxa de câmbio média maior para este ano do que no ano passado, de R$ 2,40 por dólar, ante R$ 2,10, em média, em 2013.
Pré-embarque - A redução em dólares também reflete, além da previsão de uma taxa de câmbio média maior, menor volume de desembolsos na linha de pré-embarque, que financia a produção do bem exportado. O pré-embarque trabalha com taxas de juros maiores tanto na linha convencional quanto no Programa de Sustentação do Investimento (PSI). "Uma vez que as linhas de trade finance dos bancos privados têm volumes e taxas adequadas, o BNDES não precisa ser tão ativo nesse segmento. Podemos atuar no segmento que tem ciclos de produção mais longos e que dependem mais do pré-embarque", disse Luciene Machado, superintendente da área de comércio exterior do BNDES. Parcela - Este ano o pré-embarque vai representar 40% dos desembolsos da área de comércio exterior do BNDES, sendo os 60% restantes de operações de pós-embarque, que financiam a comercialização do bem exportado. Os desembolsos do pós-embarque devem somar R$ 9,6 bilhões (US$ 4 bilhões).
Nesse segmento, o financiamento aos compradores de aeronaves da Embraer, sobretudo nos Estados Unidos, será um dos destaques. Outra área que vai demandar recursos importantes envolve a exportação de bens e serviços para obras de infraestrutura na América Latina e na África, incluindo projetos em Angola, Argentina, Equador e Venezuela, entre outros.
Estimativa - A estimativa é que o financiamento do BNDES aos compradores de aviões da Embraer, em especial do modelo E175, alcance valores de cerca de US$ 2 bilhões este ano. As aeronaves da Embraer a serem financiadas pelo BNDES se destinam a companhias aéreas americanas como United Airlines, Republic Airways e Skywest. Só para a Skywest, haverá um grande número de entregas este ano: serão 18 aviões Embraer.
Mercado privado- Luciene afirmou que este ano o mercado privado, incluindo bancos e o mercado de capitais, voltou a financiar com mais força a compra de aeronaves comerciais. "Estamos vendo o mercado privado voltar a financiar o setor desde 2013, mas agora [em 2014] esse movimento ganhou mais força. Imagino que em dois ou três anos, o mercado privado vai recuperar a participação que tinha antes da crise."
Clientes - Em nota, a Embraer afirmou que são os seus clientes que vão ao mercado e buscam opções para financiar a compra das aeronaves. Cabe aos clientes encontrar a melhor oferta de financiamento e a solução que atenda às suas necessidades de capital. "O BNDES, por ser uma agência de crédito à exportação, pode ser uma dessas opções." Ainda não há no BNDES pedido de financiamento da American Airlines, o que pode ocorrer até o fim do ano. Em 2013, a Embraer fechou contrato de venda firme de 60 jatos E175 para a American com entrega a partir de 2015.
Retorno - A Embraer também elogiou o retorno das fontes privadas de crédito ao setor aeronáutico: "É um excelente sinal para a indústria, tanto para fabricantes quanto para as empresas áreas." Para a empresa, as expectativas são de melhora progressiva na economia mundial e de crescimento da participação de bancos comerciais no setor de aviação.
Já se observa no setor uma maior diversificação e entrada de novos participantes como os bancos japoneses, chineses e instituições financeiras locais do Oriente Médio e da Austrália, de acordo com a Embraer. "A participação das estruturas de leasing [aluguel] deve continuar crescendo, devendo representar 50% da frota mundial de jatos comerciais até o final da década. Já o financiamento por meio do mercado de capitais mantém-se firme, tanto para equity quanto para dívida."
Fonte: Ocepar