Brasil deve mudar estratégia e multiplicar redes de acordos de livre de comércio, diz CNI

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O Brasil precisa de uma nova estratégica de integração internacional e o acordo de Mercosul- União Europeia é um primeiro passo. Essa foi a avaliação do diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Ele participou da audiência pública "O Acordo Mercosul-União Europeia", na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, na Câmara do Deputados, ontem (27). "O comércio exterior brasileiro passa por um momento muito ruim, as exportações não crescem, o saldo comercial cai e o déficit do setor industrial foi de US$ 105 bilhões em 2013", disse o executivo da CNI.

Segundo Abijaodi, o Brasil tem acordos comerciais que representam apenas 10,2% do comércio global, enquanto os acordos do Chile cobrem 82,2% dos mercados mundiais e do Peru, 73,7%. "O Brasil está de fora e parado com acordos limitados que geram pouco acesso às suas exportações", disse o diretor.

O diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, ministro Ronaldo Costa, defendeu a troca de ofertas entre os dois blocos. "Vivemos o risco do isolamento num momento em que as grandes economias estão engajadas em negociações internacionais que podem erodir a nossa competitividade em terceiros mercados", afirmou o ministro.

 

RESISTÊNCIA - Ao contrário do setor produtivo e do governo, o assessor da Secretaria de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores, Alexandre Bento, e o representante da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP), Jocélio Henrique Drummond, mostraram muita preocupação com o acordo. "Não fortalece o bloco Mercosul e cheira a redução de salários", disse Bento. "Esse modelo tem como ameaça concreta a desindustrialização", acrescentou Jocélio Henrique Drummond.

O ministro Ronaldo Costa, por sua vez, explicou que não seria muito inteligente recusar uma proposta antes de saber os que os europeus vão oferecer. "É claro que não vamos aceitar um acordo ruim", garantiu o ministro.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria

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